Salvador ficou quase sem carros ou pedestres, com quilômetros de ruas livres da caótica disposição diária e pontos de ônibus vazios. Quem ficou na capital baiana durante o feriado de São João pôde aproveitar uma forma diferente de ver a cidade. Só pelo terminal rodoviário, 200 mil deixaram a cidade. Pelo ferry-boat, a escapada foi de outros 155 mil passageiros e 37 mil veículos.
A cidade deserta agradou, principalmente, aos motoristas. Morador do bairro de São Rafael, o funcionário público Ailton dos Santos, 31 anos, faz o percurso São Rafael-Imbuí em 30 minutos. Ontem, se não tivesse parado para abastecer o carro, teria feito em menos de 10. “Gostaria que todos os dias fossem assim”.
O trecho da Federação até o Hiperposto, na Avenida ACM, foi percorrido pelo CORREIO em sete minutos — isso porque o semáforo entre as avenidas Anita Garibaldi e Vasco da Gama estava fechado. Normalmente, é necessário mais que o dobro de tempo para percorrer o trajeto. Quem lamentava tanto vazio eram alguns dos poucos pedestres, como o aposentado Luiz Couto, 74, que caminhava com um amigo na Avenida Sete de Setembro. “Acaba sendo perigoso. Nem assim, se tem paz”.
Mesmo os pontos turísticos estavam vazios. No Farol da Barra, a turista de Natal (RN) Janaína Medeiros, 30, comemorou e disse que a tranquilidade ajuda na hora da contemplação. Mas a calmaria tinha hora para terminar. Já no final da tarde, as avenidas, assim como os terminais e a BR-324, começavam a registrar o burburinho e movimento da volta para casa.
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