O diretor do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Daniel Mota, anunciou, hoje (7), em entrevista à Rádio Metrópole, que a categoria pretende realizar uma audiência pública na Câmara dos Vereadores para discutir a situação do transporte coletivo em Salvador. Segundo o representante, os rodoviários estão preocupados com as demissões e com as mudanças trazidas pela implantação do BRT.
"Já tivemos 17 mil trabalhadores rodoviários em Salvador, e hoje só temos 13 mil. A gente atribui isso ao malfadado consórcio feito pelos empresários com a prefeitura. […] A preocupação é grande e dizem que coisas ruins ainda vêm por aí. Se tá ruim agora, imagine coisas piores. Então, a gente tá solicitando uma audiência pública na Câmara, porque o pai da criança é o prefeito da cidade, junto com a Secretaria de Mobilidade", declarou. Segundo o diretor, o pedido foi encaminhado ao Ministério Público do Trabalho (MPT), ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e à Câmara dos Vereadores.
Mota também manifestou preocupação com o transporte clandestino que atua na capital baiana. "[Eles] ficam atrapalhando a mobilidade em Salvador. De quem é a culpa? Ninguém sabe a origem, quem são os motoristas, se têm condições de transportar passageiros. O problema é que a gente quer encostar o ônibus na baia e fica lá um veículo clandestino. Será que essa cidade não tem lei?", criticou o diretor, acrescentando que há uma "queda de braço" entre a prefeitura e o governo a respeito da responsabilidade sobre a situação.
O representante ainda fez críticas à implantação do BRT. Para ele, a prefeitura deveria se preocupar em cuidar do transporte coletivo comum antes de pôr um novo modal em operação. "[A prefeitura] quer deixar um dente estragado na boca, que é o transporte coletivo, pra botar um dente de ouro do outro lado, que é esse BRT de quase um milhão de reais", afirmou.
Metro1 // AO