Após assembleia dos rodoviários de Feira de Santana, realizada nesta quarta-feira (18), foi confirmada a paralisação da categoria, caso não recebam uma proposta dos donos das empresas de ônibus, até a próxima segunda-feira (23). O encontro aconteceu nas garagens das empresas Rosa e São João.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Feira de Santana (Sintrafs), Alberto Nery, a paralisação irá acontecer sem data limite. “Nós encaminhamos a pauta desde o mês de março e até o presente momento a classe patronal não ofereceu nada. Mesmo reconhecendo a inflação existente acumulada nestes dois anos, não garantiram os direitos já conquistados até aqui. Em função disso, nós viemos fazer uma assembleia para o trabalhador autorizar a paralisação por tempo indeterminado, se até segunda-feira (23) não for apresentada a proposta que estamos buscando para contemplar e manter o direito de compra da classe dos trabalhadores”, informou ao Acorda Cidade.
De acordo com o sindicato, durante a pandemia da Covid-19 mais de 500 rodoviários de Feira de Santana foram demitidos. Por meio de nota, a empresa Rosa informou que não tem condições de reajustar salários no momento e alega que as receitas caíram mais de 70%. Veja a nota na íntegra:
"A Empresa Rosa vem em nota esclarecer que a deflagração da paralisação se deu em razão de não termos chegado a um consenso referente a Pauta de Reivindicações da Categoria Rodoviária, com o aumento de salário.
Não possuímos condições de realizar aumento de salários neste momento de pandemia, onde as receitas caíram mais de 70%. A tarifa de remuneração da Empresa está defasada há vários anos e a Prefeitura não faz a revisão que é necessária.
Estamos falando de um serviço público, ou seja, de responsabilidade do Município, que se manteve inerte durante esta pandemia e não manteve o equilíbrio econômico financeiro do contrato de concessão, não permitindo que nossas receitas bastem para custear o serviço que vem sendo colocado à disposição da população da cidade. O contrato de concessão está totalmente desequilibrado, notícia pública e notória de anos, e não temos receitas para aumentar o custo com o pessoal.
Enquanto o Município de Feira de Santana não restabelecer o equilíbrio econômico financeiro do contrato, não teremos condições de acatar o pleito da categoria. Cabe ao Município apurar os custos do serviço e revisar nossas receitas para que possamos de forma justa pagar nossos fornecedores e colaboradores."