O Comando de Greve da ADUNEB programou a mesa redonda "Organizar para melhor enfrentar os ataques do governo na Educação". A atividade foi programada para esta sexta-feira (17), pela manhã, em frente à Secretaria Estadual da Educação, local que desde a quarta-feira (15) é ocupado por professores e estudantes de Uneb, Uefs, Uesb e Uesc.
O repórter Fabrício Cunha (Nova Salvador FM – 92,3) foi até o local conferir o movimento e lembrou que cada um representa a sua universidade mas tem praticamente a mesma reivindicação e são vários representantes acampados na frente da Secretaria Estadual de Educação. Eles tentaram conversar com um representante do governo do estado mas não houve uma resposta positiva do governo e por conta disso eles resolveram ocupar a frente da Secretaria Estadual de Educação.
O professor Uzeda, que representa o comando de greve da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), que é uma das quatro universidades estaduais que estão paralisadas, explicou para a nossa reportagem que os professores estão em greve há 60 dias das 4 universidades, são mais de 60 mil alunos, servidores e estudantes mobilizados. "Nós viemos aqui na quarta feira (15) para uma vigília e para uma reunião com um representante do governo. O dirigente informou que o governo mais uma mais uma vez não apresentou propostas e ainda reviu algumas propostas que havia que já havia colocado em outras rodadas de negociação. Citando outras greves e outros movimentos de anos anteriores ele aponta uma atitude recorrente. "Como ele tem sempre tem feito" e aponta que o governo chegou até a assinar um acordo por escrito e depois voltou atrás. "Isso é um hábito do governo do PT e a gente está acostumado a continuar protestando"
Ele afirmou que os representantes ocuparam a secretaria de educação, fecharam os portões e relatou que o assessor de gabinete do secretário de educação, Hilton Cunha prometeu que se eles abrissem os portões que à tarde ele encontraria com os professores e estudantes. Ele disse que o assessor disse que não se reunia com os estudantes. "Para o nosso espanto no período da tarde o mesmo Hilton Cunha disse que não se reunia com os estudantes", o que, segundo Uzeda criou um impasse muito grande, uma decepção muito grande.
"É um governo que mente, é um governo que não negocia com as universidades". "A nossa nossa pauta foi entregue 9 de dezembro". Ele citou os pontos mais críticos: "sete por cento da receita líquida de impostos para as Universidades, nós temos promoções trancadas, direitos adquiridos no estatuto do magistério superior" que, afirma o sindicalista, o governo trancou os nossos direitos e alega que houve um aumento de verba. "Na verdade, ano a ano ele reduz o governo recursos para as universidades". "Nós estamos clamando por uma Universidade que possa realizar suas atividades fins, suas atividades meios para poder realizar pesquisa, ensino, extensão, graduação e pós graduação". Ele deixou claro que essa denúncia não é só feita pelo movimento docente, estudantes e servidores. "As terceirizadas, os vigilantes mostram precariedade". Ele cita corte de luz, telefone e que os próprios reitores, pelo menos da sua universidade que, já avisaram que nos próximos meses não tem recursos. "E o governo atende com desprezo, com negativas", justificando a reação da categoria que é lugar por verba para educação, verba pública para o ensino superior público "e o governo não tem atendido as nossas reivindicações".
Confira o vídeo do repórter Fabrício Cunha para o LD Notícias