A Câmara dos Vereadores de Cairu, no Baixo Sul da Bahia, decidiu, por unanimidade, aprovar uma moção de repúdio à empresa Cassi Turismo que, sem autorização da Prefeitura, vem tentando operar de forma ilegal o passeio marítimo na ilha de Tinharé, em prejuízo dos operadores locais. Já a Prefeitura de Cairu decidiu notificar e proibir a operadora em fazer o passeio por considerar a iniciativa ilegal.
A moção de repúdio da Câmara e a decisão da Prefeitura de Cairu foram anunciadas após a manifestação recente dos operadores marítimos do município, que fizeram protesto no Terminal de Morro de São Paulo e em frente ao escritório da Cassi Turismo.A manifestação foi promovida pela Associação dos Proprietários de Lanchas do Passeio da Ilha de Tinharé (APLPIP).
Omissão da Agerba
A Cassi Turismo também é acusada pela Astramab (Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia) de operar de formal ilegal e totalmente irregular, desde 2013, o transporte entre Salvador e o Morro de São Paulo. A Cassi, segundo os cartazes de divulgação espalhados em Morro de São Paulo e em Salvador, vem anunciando que ampliou a ”grade de horários” da ”linha” entre a capital e a Ilha de Tinharé, que seria uma atribuição, na verdade, da Agerba, que não se manifestou.
A moção de repúdio contra a Cassi Turismo foi aprovada por unanimidade pela Câmara de Vereadores de Cairu.
Cassi acusa marítimos de Cairu
Além dos protestos e manifestações, o clima em Morro de São Paulo ficou ainda mais tenso depois que os marítimos tiveram acesso a um vídeo em que o dono da Cassi Turismo aparece se referindo a alguns deles como ”pessoas ignorantes” e que não têm o ”domínio do português”. E mais ainda, quando nos cartazes promocionais da Cassi, eles, os marítimos, são acusados de ”inabilidade para navegar” e de completarem a lotação dos barcos que fazem o passeio com turistas, ”com amigos que costumam se exceder no consumo de bebidas alcoólicas”.
Segundo a APLPIP, os marítimos já operam no passeio na Ilha de Tinharé, que é regulamentado pela Prefeitura de Cairu e não pela Agerba, há mais de 30 anos. “São nativos, conhecem como ninguém todas as características dos rios e de toda a área marítima englobada pelo passeio turístico”. Além disso, os marítimos são fiscalizados pela Capitania dos Portos, o mesmo acontecendo com todas as embarcações que operam no tour.
JM/// Associação dos Proprietários de Lanchas do Passeio da Ilha de Tinharé (APLPIP).///Redaçao LD Notícias
Por Alberval Figueiredo