A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretária da Saúde (SMS), está oferecendo aos profissionais dos 12 distritos de saúde da capital baiana oficinas de capacitação de combate à sífilis, em Itapagipe. O objetivo da ação é reunir todos os distritos sanitários, alinhando um plano de ação do combate à doença. A oficina, com duração de oito horas, já passou pelos distritos da Boca do Rio, Barra-Rio Vermelho, Centro Histórico, São Caetano-Valeria, Cabula-Beiru, Pau da Lima, Subúrbio Ferroviário, Cajazeiras, Liberdade, Brotas, Itapagipe (hoje) e finaliza sua programação nesta quarta-feira (30), em Itapuã.
De acordo com Helena Vieira, chefa das ações de DST/Aids do município, a ideia é fazer com que os profissionais fiquem aptos a combater a doença que vem crescendo muito nos últimos anos. Em Salvador, 659 casos (18,38 a cada 1.000 nascidos vivos) foram registrados em 2015. Em 2016, até o fechamento desta edição, 545 casos (15,20/ 1.000 nascidos vivos) foram notificados.
“A sífilis vem tendo um crescente muito grande nos últimos anos. Para se ter uma ideia, a doença nas gestantes, em 2012, era de 9,74 por mil nascidos. Em 2016, esse número cresceu para 15,12, por mil nascidos. Por isso é tão importante que tenhamos esse trabalho de capacitação e principalmente voltado às gestantes, que podem se prejudicar e também aos seus filhos”, justificou Helena Vieira, que também pede que os homens procurem mais o médico, façam mais exames, porque dessa forma, os índices podem baixar ainda mais.
“Homem não procurar o médico é cultural. Ou porque as empresas não aceitam os atestados ou porque eles se acham super-homens. E não é bem assim. É preciso entender que eles podem comprometer a saúde de sua esposa e seus filhos”, informou a responsável pela oficina, lembrando, ainda, de ações facilitadoras para os homens.
“Uma vez por mês, os distritos de saúde promovem o Sábado do Homem. Essa é uma ação totalmente gratuita, na qual eles podem estar fazendo alguns exames. É preciso ficar ligado, quando e onde o atendimento vai acontecer e aproveitar a oportunidade”, concluiu.
A doença
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada pela subespécie pallidum da bactéria Treponema pallidum. Os sinais e sintomas variam dependendo de qual dos quatro estágios em que se manifestam: primário, secundário, latente ou terciário. A sífilis é transmitida principalmente através de contato sexual. Pode também ser transmitida de mãe para filho durante a gravidez ou parto, causando sífilis congênita. Os principais sintomas de contágio da sífilis são manchas pelo corpo, ínguas, feridas na boca e na genitália, entre outras. Na fase avançada da doença, que demora até 20 anos para chegar e pode levar à morte, a bactéria pode atingir até o coração e o sistema nervoso central. Essa evolução é muito mais rápida em bebês. Por isso, eles podem nascer com sequelas graves, como cegueira, surdez, demência, deficiência psicomotora etc.
A utilização dos preservativos masculinos e femininos é a melhor forma de evitar a doença. O município disponibiliza em todas as unidades de saúde preservativos masculinos e femininos, além de realização de ações educativas que incentivam o seu uso. Outra forma de combater novos casos de sífilis é através da testagem, atualmente 110 unidades da rede municipal de saúde realizam o teste rápido para a identificação precoce da doença, inclusive em mulheres grávidas. ,
Outras ações de enfrentamento também estão sendo feitas. Em todo mês de novembro, foram realizadas ações de capacitação nos Distritos Sanitários, envolvendo a equipe de assistência e gestores locais. O objetivo é identificar problemas enfrentados no tratamento e manejo dos casos, incluindo a aplicação da penicilina, proporcionando a melhoria do tratamento dos casos.
Fonte: Agecom