Bahia

População relata descaso em ação na Praça da Mãozinha promovida pelo Governo da Bahia: ‘fazem a gente de cachorro’

A quantidade de fichas é inferior ao número de pessoas que buscam pelo atendimento

Paulinho FP/Salvador FM
Paulinho FP/Salvador FM

O Governo do Estado está oferecendo um serviço itinerante na Praça Praça Marechal Deodoro da Fonseca – popularmente conhecida como Praça da Mãozinha – no bairro do Comércio, em Salvador. No local, serviços do SAC, Defensoria Pública, postos de vacinação, Ministério Público e Cadastro Único estão sendo oferecidos, no entanto, a população tem relatado problemas com o atendimento, o que tem gerado a insatisfação, sobretudo daqueles que buscam tirar a primeira ou segunda via do documento de identidade.

“Desde 3h manhã que eu estou aqui na fila e só deram 300 fichas. Ao invés da polícia e do órgão aqui avisar que já acabou, não… Todo mundo aqui na fila esperando pra nada! Chovendo e eles não avisaram que já acabou a ficha e está todo mundo aqui. Mais de 500 pessoas numa fila esperando o atendimento e nada. Ninguém avisa! Fazem a gente de cachorro”, lamentou Roseara Leal, moradora do bairro Calabetão à rádio Salvador FM.

Carlos, que mora em Tancredo Neves, até conseguiu o serviço na terça (9), mas até o momento não está com o documento em mãos. “Eu vim ontem, fiquei o dia todo ontem e tirei o registro. Só que quando foi meio-dia eles estavam chamando o pessoal de segunda-feira e eu fiquei até o final e eles não entregaram o registro. Agora voltei hoje de novo, tô desde 5h da manhã aqui pra resolver se eles vão me entregar o registro”, relatou.

Por outro lado, tem morador tentando tirar o RG desde segunda-feira (8), quando o serviço foi iniciado. Hoje, José Bonfim, do Nordeste de Amaralina, chegou ao local às 4h da manhã e mesmo assim, não conseguiu uma senha. ‘Eu vim na segunda-feira e não consegui tirar nada. Vim agora na terça, não consegui tirar nada. Vim na quarta, nada. Aí a gente fica aqui tomando uma chuva daquelas. Ninguém dá uma explicação para a gente, ninguém fala nada. Diz que são 300 fichas, chegou ali, faltando 20 pessoas pra eu entrar, diz que encerrou as fichas e deu as costas e fez a gente de cachorro. A gente é o quê? Tomei bastante chuva ontem, sai igual a um pinto, molhei o documento todo. Vim tirar a identidade e nada. Eu venho amanhã e vai acontecer a mesma coisa. Depois vai dizer ‘eu atendi as pessoas todas, atendi mais de mil pessoas’. A gente é cachorro é?”, desabafou José.

Enquanto há pessoas que persistem, outras cansaram de enfrentar os transtornos e acabaram desistiram, como é o caso de Ane, da Sussuarana. “Eu cheguei aqui 4h da manhã e não tinha mais ficha. É o segundo dia que eu vim porque ontem eu também não consegui não. Tomei chuva. Amanhã eu não venho mais não, eu desisti. Vou esperar Deus me ajudar a ter dinheiro pra poder tirar a identidade. Enquanto isso eu fico sem”, pontuou. 

O serviço segue até a próxima sexta-feira (12). Na manhã desta quarta, a estimativa é de que pelo menos 2 mil pessoas compareceram ao local.

*Com informações do repórter Paulinho FP