A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) realizaram uma operação nesta segunda-feira (17) para investigar atividades ilegais no aeródromo "Ninho das Águias", em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. Conforme a PF, foram cumpridos mandados de busca e apreensão no local e na casa de quatro pessoas que são investigadas na ação. Ninguém foi preso.
Segundo a polícia, o aeródromo funciona, sem licença ambiental, em um terreno pertencente à União, em um bioma da Mata Atlântica. O local fica BA-263, no povoado Goiabeira, próximo ao Aeroporto Pedro Otacílio Figueiredo, em Vitória da Conquista.
As investigações apontam que o aeródromo operava intensamente no período da noite, com pousos e decolagens realizados sem a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Para a polícia, isso reforça a suspeita de que o local estava sendo usado para facilitar a realização de crimes, como tráfico de drogas.
Conforme o MPF, quatro homens, entre eles três pilotos, que eram responsáveis pela administração do espaço também são alvo da operação. Segundo o Ministério Público Federal, um dos homens investigados detém a posse do terreno onde fica o aeródromo e foi identificado como um dos responsáveis pelas atividades ilegais realizadas no local.
De acordo com a polícia, os beneficiários originais dos lotes teriam sido expulsos e quem tomou posse do terreno foi um homem que o alienou ilicitamente a um dos investigados. A PF informou que, a partir do que foi apreendido durante a operação, a Polícia Federal e o MPF darão seguimento às investigações para adotar as medidas judiciais cabíveis.
Conforme o Ministério Público Federal, os suspeitos são investigados por tráfico de drogas, por
desmatamento de Mata Atlântica, usurpação de terra pública e por impedir o tráfego aéreo.
O MPF informou que há dois pedidos na Justiça Federal referentes ao aeródromo. Um deles é do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que solicita reitegração de posse do terreno, já que a área é destinada à reforma agrária. O outro pedido é do Ministério Público Federal, que solicitou o fechamento do local por causa dos danos ambientais. Ainda não há decisão dos pedidos, informou o MPF.
Os nomes dos investigados na operação não foram revelados. Representantes da Anac também participaram da ação no aeródromo.
Reprodução/G1