Um grupo de indígenas da etnia Pataxó denuncia a presença de pistoleiros no extremo-sul da Bahia, que circulam em caminhonetes e intimidam os povos originários que vivem em comunidades na região que engloba cidades como Prado e Itamaraju.
Em vídeo divulgado pelos Jornalistas Livres, o cacique Mãdxi Pataxó, da Aldeia Vale do Rio Cahy, da terra indígena de Comexatibá (Prado), diz que está em curso uma "onda de terror" propaganda por cerca de 200 homens armados. Uma liderança teria sido agredida em uma padaria no centro de Itamaraju, após ter se identificado como indígena.
A comunidade sofre com o desabastecimento, pois os moradores não se sentem seguros de buscar alimentos e até água mineral nas cidades vizinhas maiores, onde tem centros comerciais.
"Está um clima de tensão, caminhonetes circulando direto, parando nos lugares. Uma liderança foi agredida em Itamaraju na Padaria Brasil, se identificou como indígena, tudo isso no centro da cidade. Está inflamando o negócio, não está bonito, não está fácil não está de brincadeira. Não podemos sair para cidade", declarou.
"Precisamos do apoio da sociedade, mobilização geral para a gente sair dessa situação […] aquele que tem sangue pataxó sagrado na veia, tem que se balançar, o momento é esse […] voltou o tempo do coronelismo, do capanga, não podemos ficar sentado no sofá", criticou.