Bahia

Pai relata atendimento inadequado a adolescente com autismo no Hospital Aliança

Ele contou ainda que o adolescente saiu do hospital sem nenhuma orientação médica ou mesmo “uma mísera receita”

Divulgação
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O que era pra ser um atendimento de emergência no Hospital Aliança, em Salvador, se tornou um verdadeiro tormento para o advogado Leonardo Martinez, que precisou levar seu filho – um adolescente de 17 anos, com deficiência – para estancar um sangramento provocado por um acidente doméstico. 

Em um texto nas suas redes sociais, Martinez, que é também vice-presidente da Associação Amigos dos Autistas da Bahia (AMA-BA), relatou que seu filho Vinicius cortou a mão e o pulso em um quadro de avisos do prédio. Ele é uma pessoa com autismo e, por isso, desenvolveu medo de hospitais. Ao chegar à unidade médica, o garoto se recusava a ingressar na área dos consultórios. Para conseguir um primeiro contato médico, o advogado relata um “debate burocrata” com a equipe de enfermagem da unidade. 

“Pra variar os serviços médicos de urgência e emergência não sabem lidar com pessoas com deficiência, autismo severo ou que possuam transtorno mental. Vinícius tem pânico de hospital e não aceitava entrar na área dos consultórios e somente após longo debate burocrata com a parte de enfermagem do hospital sobre ‘protocolos’, onde eu precisei me posicionar como advogado, alertando sobre a lei e consequências legais, que eu consegui convencê-los de que os protocolos deveriam ser mitigados e que meu filho precisava ser avaliado, mesmo na parte de fora habitual do hospital, pois ele estava sangrando e sofrendo diversos riscos”, narra. 

Com a chegada do médico, um novo erro, segundo o advogado. “Finalmente, o cirurgião aceitou ir na área da entrada da emergência e ‘avaliou’ meu filho. Eu não sabia quem estava com mais medo de quem. Se Vinícius do médico ou o médico de Vinícius. Recebi as orientações, fui pra casa, e assumindo o papel inadequado, e por força da incapacidade dos hospitais, me tornei enfermeiro, cirurgião e da melhor forma possível fiz a limpeza da área, fiz curativo e uma espécie de ponto falso”, contou. 

Ele contou ainda que o adolescente saiu do hospital sem nenhuma orientação médica ou mesmo “uma mísera receita”. O Portal Salvador FM procurou o Hospital Aliança, que ainda não respondeu às mensagens.