Luiz Otávio Souza, de 9 anos, paciente da ala pediátrica do Hospital Ortopédico do Estado (HOE), sofreu uma lesão óssea, com suspeita de infecção, no dedo do pé direito, ao jogar bola. Há 15 dias internado, ele tem experimentado os óculos de realidade virtual como parte do tratamento para auxiliar na reabilitação. A tecnologia ajuda na melhora da função motora, do equilíbrio e na redução da dor durante o processo de recuperação.
A iniciativa implantada pela unidade pública estadual foi aprovada pelo paciente: “estou achando legal, já estou andando bem e com pouca dificuldade. E eu até gosto muito dos óculos. Quando eu sair daqui, vou brincar, jogar bola e estudar”.
Para a dona de casa Iálita Souza, que saiu do município de Mairi em busca do atendimento para o filho Luiz Otávio, o resultado foi bastante positivo com a utilização da tecnologia: “está sendo muito bom, porque lá, em Mairi, a gente não tem esse tratamento. Graças a Deus, está dando tudo certo. Com o uso dos óculos, ele já perdeu o medo de andar. E só tenho a agradecer a Deus e aos profissionais, que são todos carinhosos. O atendimento também está sendo muito especial pra ele”.
O dispositivo digital permite que pacientes como Luiz Otávio, de 9 anos, sejam “transportados” para ambientes virtuais onde podem simular atividades como a prática de esportes. A ação ajuda a estimular movimentos musculares específicos de maneira mais lúdica, tornando os exercícios menos dolorosos e mais eficazes.
“Na reabilitação, a gente utiliza a sessão convencional e, a partir de determinado momento, a gente pode teletransportar esse paciente pra dentro de um jogo, pra dentro de movimentos que a gente utiliza durante a sessão convencional, assim dizendo, a gente consegue incrementar isso nas sessões com a realidade virtual. Muitos pacientes ficam com medo até de botar o pé no chão novamente. Então, a gente vai quebrando esse medo do paciente voltar a andar, voltar a fazer as atividades. Através do mundo virtual, eles se sentem mais seguros”, afirmou o coordenador multiprofissional do centro de reabilitação do hospital, Vitor Neri.
A expectativa é de que os óculos de realidade virtual se tornem um aliado cada vez mais importante no processo terapêutico do HOE, aumentando a adesão dos pacientes ao tratamento e melhorando os resultados clínicos. É também o caso de Levi Henrique Lima, de apenas 6 anos, que foi atropelado na cidade de Paulo Afonso.
“Ele está aqui já tem um mês e alguns dias, passou por várias cirurgias. Os profissionais são muito legais, Levi gosta muito da equipe, isso torna a nossa jornada mais leve. Os óculos também estão ajudando muito, porque ele se distrai, fica brincando e esquece um pouquinho da dor”, lembrou Érica Vitória da Silva, tia do pequeno Levi.
Além de melhorar a função motora, a tecnologia se destaca, ainda, pela capacidade de desviar a atenção dos pacientes da dor, oferecendo uma alternativa menos dependente de medicamentos. A pediatria é uma das áreas da medicina em que são observados mais benefícios.