A Prefeitura Municipal de Salvador iniciou nesta terça-feira (19) uma campanha de incentivo da população LGBT para os cuidados com a prevenção do câncer de mama e do colo do útero. Na rede municipal, o Campo Temático de Saúde da População LGBT poderá se consultar gratuitamente através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
O atendimento da população LGBTQIA+ é oferecido em qualquer unidade de saúde da rede. As pessoas devem procurar a unidade de referência do território onde residem – Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da Família – e, se houver a necessidade de encaminhamento, elas serão direcionadas para as unidades especializadas.
Durante todo este mês de outubro, o Hospital Municipal de Salvador (HMS), localizado em Boca da Mata, está oferecendo exames preventivos, como ultrassom mamária e transvaginal. Os procedimentos são realizados de segunda a sexta-feira, nos turnos da tarde e da manhã, no ambulatório e no setor de bioimagem. Para ter acesso, basta procurar um dos 154 postos da rede municipal, munido do documento de identificação com foto e cartão SUS, para avaliação médica e de enfermagem.
Além disso, 29 unidades estão envolvidas para intensificar a oferta de consultas, exames e orientações em combate aos cânceres de mama e do colo do útero. A lista de unidades que realizam esses procedimentos durante todo o mês de mobilização está disponível no card oficial da SMS, bastando acessar o QR Code, ou no site: http://www.saude.salvador.ba.gov.br/unidades-saude-preventivo/.
O incentivo é parte da estratégia do Outubro Rosa afim de combater o câncer de mama. O técnico de Saúde da População LGBT, Erik Abade, explica que há algumas especificidades que podem ser pensadas para a população trans e mulheres cis (que se identificam com o gênero de nascença), lésbicas e bissexuais. Abade explica que os homens trans que retiraram a mama (por meio da mamoplastia masculinizadora), é necessária a consulta com um profissional de saúde para avaliar a melhor forma de rastreio e indicar a mamografia, se necessário. Isso porque nem sempre essa retirada de mama é total, especialmente na região das axilas.
Para esse público que não retiraram a mama, a orientação é seguir a mesma conduta de rastreio de mulheres cis: realizar a mamografia recomendada para pessoas com idade entre 50 e 69 anos. Em caso de algum fator de risco na família, especialmente da existência de outros casos de câncer de mama, esse rastreio pode ser antecipado para os 40 anos.
Em relação às mulheres trans e travestis, também é preciso considerar que estudos mostram que aquelas que fazem a hormonização com estrógeno têm o risco de câncer aumentado em comparação aos homens cis, após cinco a dez anos do processo. Por isso, essas mulheres também precisam passar por avaliação de equipe médica para a análise do risco e indicação do melhor procedimento para cada caso.