Segunda formação do Neojiba – Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia, a Orquestra Castro Alves retorna ao Teatro Castro Alves (TCA), nesta terça-feira (14), às 20h, para se apresentar, pela primeira vez, com o Coro Juvenil do mesmo projeto. Juntas, vão executar uma peça do grande repertório sinfônico-coral – ‘Danças Polovtsianas’, de Alexander Borodin – sob a regência de Marcos Rangel. Os ingressos estão sendo vendidos a preços populares R$ 2 (meia) e R$ 4 (inteira) e podem ser adquiridos na bilheteria do TCA, nos SACs dos shoppings Bela Vista e Barra e no site da Ingresso Rápido.
“Será um concerto bem eclético”, explica Marcos Rangel, numa referência ao repertório do concerto, que traz também as obras ‘Cavalaria Ligeira’, de Franz von Suppé, ‘O Garatuja’, de Alberto Nepomuceno, ‘Dança de Negros’, de Frutuoso Vianna, com orquestração de Francisco Mignone, e ‘Danzón nº. 2’, de Arturo Márquez.
“Danzón é como uma marca que nós herdamos do El Sistema venezuelano. É uma peça empolgante e complexa, que apresenta desafios de ritmo e sonoridade aos jovens músicos. São recursos que depois eles vão usar em todo tipo de obra do século 20" ,explica o diretor musical do Neojiba, Eduardo Torres. Segundo ele, "os músicos da OCA já escutam essa música desde cedo, porque está no repertório da Orquestra Juvenil da Bahia. A obra entra no imaginário auditivamente e eles tomam posse destes recursos quase sem sentir. As duas peças brasileiras são muito bem feitas e fazem com que o músico baiano, o músico brasileiro, se apodere da sua tradição cultural”,
Léo Hendryc, 17, participa da OCA há quatro meses, mas durante cinco anos integrou o Núcleo de Prática Orquestral do Neojiba sediado na comunidade de Trancoso. Os ensaios intensos para o concerto buscam proporcionar ao público um belo espetáculo. “A gente está se esforçando muito. Estamos muito unidos. Todo mundo está concentrado no concerto. Todo mundo concorda que a gente precisa se superar a cada dia, isso é legal”.
“É um desafio para o Coro cantar num idioma tão diferente, que é o russo. A interação com a orquestra está sendo bem bacana. Vai ser uma experiência muito interessante para os músicos, que estão acostumados apenas com o repertório sinfônico. Quando você integra um coro a uma orquestra, você amplia muito os horizontes”, enfatiza o regente Marcos Rangel.
Yuli Martínez, Claudia Ferreira e Andréa Alves estão responsáveis pela preparação do Coro Juvenil para o concerto. Carpejanne Oliveira, inspetor da OCA, também participa da preparação do Coro, ajudando os integrantes na pronúncia em russo. “Acho muito legal este concerto estabelecer uma comunicação direta entre integrantes de outras formações musicais do Neojiba. Já tivemos importantes experiências cantando com a OCA. O que torna essa participação ainda mais especial é o fato da música ser muito linda e a preparação, apesar de trabalhosa, é também divertida. Cantamos em russo buscando entender o alfabeto cirílico. Tem sido bastante enriquecedor. O acompanhamento de Carpejane também foi importante para a compreensão do texto”, diz Martínez, coordenadora dos coros do Neojiba.
OCA
A Orquestra Castro Alves (OCA) surgiu em 2009, inicialmente como uma formação de cordas. No ano seguinte, se transformou em orquestra sinfônica e recebeu o nome em homenagem ao poeta baiano. Formada por jovens entre 14 e 22 anos, já realizou cerca de 70 apresentações para mais de 40 mil pessoas. Em 2015, a OCA se apresentou para mais de três mil pessoas, em sete cidades – Maceió, Recife, Caruaru, João Pessoa, Natal, Fortaleza e Salvador, durante sua primeira turnê pela região nordeste do Brasil.
Coro Juvenil
Formado por 55 jovens, na faixa etária entre 14 a 23 anos, o Coro Juvenil iniciou as atividades em abril de 2010, sob a regência do maestro Obadias nunha e com a participação de estudantes do Instituto Central de Educação Isaías Alves Geral (Iceia). Em 2011, passou a ser dirigido por Yuli Martinez que, desde 2012, conta com o apoio de Claudia Santos na regência e preparação vocal. O Coro Juvenil foi criado para promover a formação de jovens, por meio da prática coral de excelência, busca desenvolver a integração social e o gosto pela música, a partir da execução de obras corais de diversos estilos e gêneros.
Marcos Rangel
O maestro Marcos Rangel é mestre em música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Entrou no Neojiba em 2015 como coordenador do Núcleo Trancoso e, desde o início de 2016, está à frente da OCA. Atuou como regente da Orquestra MariucciaIacovino, do projeto Orquestrando a Vida, da Orquestra Sinfônica Jovem Brasileira, da Orquestra da Escola de Música da UFRJ, da Orquestra do BardCollegeConservatoryof Music, da Orquestra Juvenil Brasileira, da Orquestra Juvenil de Acarigua-Araure (Venezuela), entre outras. Iniciou os estudos musicais em 1999 como instrumentista e regente e participou de turnês em países como Bolívia, Argentina, Estados Unidos e Portugal.
(Fonte: Seom BA)