Poucos dias antes do Carnaval, cinco academias de exercícios foram fechadas na capital baiana por diversas irregularidades, durante a Operação Verão, realizada em conjunto entre o Conselho Regional de Educação Física (Cref), a Delegacia do Consumidor e o Procon-BA. Além do fechamento dos estabelecimentos por falta de registro no Cref, também foram suspensos os treinamentos funcionais nas praias de Patamares e Jardim de Alah. Ao todo, sete pessoas foram encaminhadas à delegacia por exercício ilegal da profissão de educador físico. Quatro das cinco academias que tiveram o funcionamento interrompido pela força-tarefa encontram-se no bairro de São Cristóvão. Já o outro estabelecimento interditado pela operação localiza-se no Vale do Matatu, na região de Brotas. No bairro do Cabula, o responsável por uma academia foi autuado por exercício ilegal da profissão no estabelecimento que funcionava sem registro no Cref e sem alvará sanitário. Já em Mussurunga, uma academia foi autuada por não possuir registro de pessoa jurídica.
4 das cinco academias que tiveram as atividades interrompidas ficam em São Cristóvão. A quinta fica no Vale do Matatu. Responsáveis por outras duas foram autuados
Denúncias
O diretor de fiscalização do Procon-BA, Iratan Vilas Boas, diz que as operações conjuntas de fiscalização são realizadas constantemente, mas que são intensificadas no período do verão, quando a procura é maior nas academias.
De acordo com o gestor, as instituições fiscalizadoras atuaram nos locais apontados com base nas denúncias feitas pelo conselho representativo de classe. Regulamentada pela Lei Federal 9.696/98, a profissão de educador físico requer diploma de nível superior.
Vilas Boas ressalta que, além da ausência de profissionais graduados nos estabelecimentos autuados, foram verificadas violações, como ausência do Código de Defesa do Consumidor (CDC) em local visível, falta de clareza nas normas de precificação e vendas casadas.
"É possível que essas constatações da fiscalização se transformem em multas administrativas, que variam desde R$ 400 a R$ 6 milhões", informa Vilas Boas. "Dependendo do porte da empresa, assim como do número de consumidores atingidos e da natureza da infração", completa.
"Os serviços colocados no mercado de consumo têm a obrigação de atender, rigorosamente, as regras do CDC. Principalmente, em relação à saúde e segurança dos consumidores", frisou o diretor, ao reiterar que haverá ampliação das ações de fiscalização nos estabelecimentos comerciais
Prisão
Por meio da assessoria de comunicação, o Cref informou que as pessoas autuadas por exercício ilegal da profissão serão enquadradas no Artigo 47 do Decreto 3.688/41, o que pode levá-las a prisão de 15 dias a três meses ou pagar multa, "a depender do resultado do julgamento".
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A procura é grande no verão, de gente que quer ficar em forma em dois meses
Pablo Gavazza, educador físico que chefia uma equipe com 20 profissionais
O Cref informa que a abertura de uma academia requer profissionais de educação física registrados no conselho, inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), alvará sanitário, equipamentos conservados e instalações em acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Os estabelecimentos que não estiverem em conformidade com tais normas podem ser denunciados pelo portal www.cref13.org.br, ou por meio do e-mail [email protected] e pelo telefone 71 3351-7120, referente ao setor de fiscalização da entidade.
Procura
Coordenador técnico da academia Hammer Fitness Club da rua das Rosas, na Pituba, há cerca de 20 anos no ramo, o educador físico Pablo Gavazza chefia uma equipe com 20 profissionais para atender cerca de 900 alunos nas modalidades musculação e ginástica.
"A procura é grande no verão, de gente que quer ficar em forma em dois meses", informa. "Temos grande responsabilidade em manter técnicos qualificados", diz.
Reprodução: A Tarde