Onze famílias que tiveram casas atingidas pela queda de uma árvore sagrada que ficava em um terreiro de candomblé na sexta-feira (2), no bairro de Matatu de Brotas, irão receber auxílio aluguel, de acordo com a Secretaria de Promoção Social (Semps). A queda da árvore causou a morte de uma idosa de 64 anos e deixou a filha dela e os dois netos feridos.
No total, foram 11 casas atingidas. O imóvel da idosa foi completamente destruído e nas demais residências, o dano foi parcial. Os imóveis ficavam em uma área vizinha ao terreiro Ilê Maroiá Lájié (Terreiro de Alaketu ou Olga de Alaketu), que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
"Todas as famílias vão receber auxílio aluguel, de R$ 300. Das 11 famílias, cinco vão receber auxílio emergência, que varia de um a três salários mínimos, que é quando tem perda de mobília e eletrodomésticos", diz a diretora de Políticas Sociais da Secretaria de Promoção Social (Semps), Juliana Brandão. Ainda conforme a diretora, apesar de receber o auxílio, as famílias optaram por ficar em casa de parentes.
As famílias devem finalizar a entrega de documentos nesta segunda-feira (5) para garantir o recebimento dos benefícios, que devem ser recebidos até o final desta semana, segundo a Semps.
Os feridos já receberam alta depois de serem socoridos para o Hospital Geral do Estado (HGE).
Nesta segunda, a árvore ainda é retirada do local por agentes da Secretaria de Manutenção (Seman). A previsão é de que a retirada total dure mais dez dias.
Denúncia
De acordo com moradores, um protocolo foi feito na Superintendência de Conservação e Obras Públicas de Salvador (Sucop), em 2011, com o pedido da poda e retirada da árvore após queda de galhos.
Por meio de nota, a Prefeitura de Salvador relatou que a Secretaria de Manutenção (Seman), "a pedido dos próprios moradores, já esteve no local para tentar fazer a erradicação do vegetal, sendo impedida pelos proprietários do terreno, que alegaram motivos religiosos (a árvore é considerada sagrada pelo terreiro)". A prefeitura acrescentou que por se tratar de área privada, não fez a erradicação.
Ao G1, Jocenilda Bispo, mãe pequena (segunda pessoa mais importante do terreiro), nega que tenham impedido a entrada de agentes da prefeitura. "A Sucop veio em 2013 depois de um oficio. Chegaram a fazer uma poda, mas disseram que tinham que retirar mais galhos. Só que foi um período de festa em agosto de 2013. Pedimos pra esperar para setembro e não vieram mais", diz.
Por meio de nota, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirmou que a última vistoria geral no terreiro realizada ocorreu em dezembro de 2015, quando não se constataram problemas ou riscos aparentes relacionados à árvore.
O órgão acrescentou que após a remoção de toda a árvore e dos escombros decorrentes da queda, uma nova vistoria será realizada pelo Iphan, para apurar a existência de outros danos.
Reprodução/G1