A construção de uma escola municipal da cidade de Luís Eduardo Maglhães, no oeste do estado, que começou há dois anos, ainda não foi concluída e as obras já custaram R$ 3,2 milhões aos cofres públicos. As obras estão abandonadas e, até agora, só as paredes foram levantadas.
Se a escola estivesse pronta atenderia a 1.200 estudantes. Pelo projeto, a unidade deverá ter 12 salas. A obra, localizada no bairro Minoso I, foi iniciada em abril de 2015 e está abandonada há cerca de um ano.
No local, o mato cresceu, a cerca que protegia a obra está no chão e a estrutura de ferro do telhado fica exposta ao sol e a chuva, com risco de ferrugem.
A previsão era de que o prédio ficasse pronto em abril de 2016, mas um ano e três meses depois da data prevista pra conclusão da obra, nada foi finalizado. De acordo com Leandro Santos, Secretário de Educação de Luís Eduardo, a construção da escola foi interrompida porque a prefeitura ficou sem dinheiro para continuar.
"Aquela obra foi planejada para ser executada com parte do recurso do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação ] e parte de recursos próprios. Quando esgotassem os recursos do Fundeb, lançaria-se mão dos recursos próprios. Em fevereiro de 2016, a gestão anterior verificou que não haveria mais recursos para aquela obra", explicou Santos.
A cidade de Luís Eduardo Magalhães possui 40 escolas, 14 tem prédios próprios, as outras 26 funcionam em prédios alugados. Segundo a secretaria, se a escola do bairro Mimoso I estivesse pronta dava pra atender os 1.200 alunos e economizar mais de R$ 15 mil reais por mês com aluguel.
A escola que deveria trazer tranquilidade para os moradores com os filhos estudando por perto, está deixando pais e mães preocupados. Segundo moradores do bairro, os ladrões já roubaram vários materiais da obra, e usuários de drogas se escondem no prédio abandonado. A dona de casa Margarida Machado conta que evita sair de casa à noite noite por conta do medo. "Tem noite que enche de gente aí. A gente não sabe se é do bem ou se quer fazer mal", disse.
Enquanto a obra da escola não recomeça, o secretário de educação informou que pedirá reforço na segurança nas proximidades da unidade de ensino inacabada. "Nós vamos entrar em contato com a Secretaria de Segurança Pública, para que a segurança no local seja reforçada. Salientamos que as rondas acontecem diuturnamente. As obras serão retomadas brevemente", disse Santos.
Reprodução/G1