Mapas anexos do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) em tramitação na Câmara de Salvador apontam que há a perspectiva de supressão da área de proteção ambiental municipal na área do Parque das Dunas e da Lagoa do Abaeté. Ao Bahia Notícias um site local, o arquiteto e urbanista Carl von Hauenschild, coordenador do Participa Salvador, indicou que existem “inúmeros casos deste tipo, alguns identificados, outros não”.
“O universo é muito grande e na forma de formulação somente como ‘diretrizes gerais’, mais de 700, neste PDDU sem prioridades e sem justificação técnica é impossível tratar de todos os problemas que tem”. A área suprimida, segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, sugere que o modelo em tramitação suprime áreas de proteção ambiental em detrimento do mercado imobiliário: já existiriam projetos de urbanização nas áreas até então reservadas para o Parque das Dunas. “Já alertei o pessoal da Unidunas sobre este assunto”, ponderou o coordenador do Participa.
Segundo análise inicial dele, há divergências entre os mapas apresentados ao longo do processo de discussão nas audiências públicas e dos documentos entregues à Câmara de Vereadores, como a própria apresentação do parque das dunas, que é citado em diferentes mapas como “parque urbano” e “parque do Abaeté”. “Fica a incógnita a transformação dos limites do Parque Municipal das Lagoas e Dunas do Abaeté, para no final se transformarem nestas duas áreas definidas para no SAVAM 7 em áreas reduzidas”, pondera von Hauenschild.
O arquiteto e urbanista cita ainda o caso do aeroporto de Salvador, que, para ser ampliado, necessitaria de supressão de área de proteção ambiental. “Tendo em vista que o PDDU nem tratou da questão da ampliação do aeroporto com seriedade técnica e não tratou da visão médio e longo prazo ‘deixa rolar’ acontecer que está sendo feito pelos órgãos que não planejam e também não tem visão a longo prazo”, sugeriu. No governo João Herique o parque foi desapropriado para sua preservação, mas no início do governo Acm Neto, o decreto foi suspenso. Ambientalistas sugerem que foi tudo planejado em detrimento ao mercado imobiliário.
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