Segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, o câncer de próstata deve acometer 71.730 brasileiros em 2023, de acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer – Inca. Na Bahia, a estimativa é de 6.510 novos casos, sendo 1.200 em Salvador. No século 21, o preconceito e a desinformação ainda são os principais desafios para o combate a esse tipo de câncer, responsável por 28% das mortes da população masculina, que é acometida por alguma neoplasia maligna.
Conscientizar a população masculina sobre a importância das consultas e exames de rotina para prevenção de problemas de saúde, em especial o câncer, ainda é um objetivo a ser alcançado . “Os exames preventivos para o câncer de próstata são a melhor forma de diagnosticar a doença em fase inicial. O tumor tem cerca de 90% de chances de cura ao ser diagnosticado precocemente”, afirma o oncologista Rafael Batista, diretor médico do NOB Oncoclínicas.
A recomendação é que homens a partir dos 50 anos façam o exame clínico (toque retal) e o teste de antígeno prostático específico (PSA) anualmente para rastreamento da doença. Nos casos em que há histórico familiar, os exames devem ser feitos a partir dos 45 anos.
Além da idade, o histórico familiar, fatores genéticos hereditários, obesidade e exposição ocupacional a agentes químicos também são fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer, que acomete, principalmente, homens com mais de 65 anos.
Sintomas
Em seu estágio inicial, o tumor de próstata evolui de forma assintomática e silenciosa, e, geralmente, só apresenta sinais quando já está em fase mais avançada. Os principais sintomas da doença podem ser semelhantes ao crescimento benigno da glândula, tendo como características dificuldade para urinar seguida de dor e/ou ardor, gotejamento prolongado no final, frequência urinária aumentada durante o dia ou à noite. Em fase mais avançada, pode ocorrer a presença de sangue no sêmen, impotência sexual, além de outros desconfortos decorrentes de metástase em outros órgãos.
Tratamentos
O tratamento depende do estágio e da agressividade em que o tumor se encontra. “O tratamento adotado deve ser individualizado e o paciente deve ser esclarecido sobre os seus riscos e benefícios”, esclarece o oncologista Rafael Batista.
Em casos iniciais e com características de baixa agressividade, o acompanhamento vigilante com consultas e exames periódicos deve ser discutido com o paciente, uma vez que é possível poupá-lo de algumas toxicidades que o tratamento pode causar. Nos outros casos de doença localizada, a cirurgia, a radioterapia associada ou não ao bloqueio hormonal e a braquiterapia (também conhecida como radioterapia interna) pode ser realizada com boas taxas de resposta.