Bahia

Nº de casos de caxumba em Salvador é cinco vezes maior que em 2015

Dados apontam 277 casos da doença em 2016, contra 53 no ano passado

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 src=O número de pessoas diagnósticadas com caxumba em Salvador, entre janeiro e agosto deste ano, é cinco vezes maior que os casos registrados no mesmo período em 2015. As informações são da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS).

De acordo com a SMS, ao todo foram identificadas 277 pessoas com a doença na capital baiana em 2016, sendo 101 relacionadas a surtos e 176 a casos individuais. No último ano, os números apontaram apenas 53 ocorrências.

De acordo com o órgão de saúde, dos surtos registrados neste ano em Salvador, três foram em uma empresa de telemarketing, dois em uma escola, outros dois em uma república de estudantes, além de um caso em um hospital. Em nenhuma das ocorrências, os pacientes apresentaram complicações.

Doença
A caxumba é provocada por um vírus da família paramyxovirus. Os sintomas mais característicos da doença são inchaço e dor nas laterais do pescoço, logo abaixo do maxilar. O problema é causado porque o vírus da caxumba provoca inflamação nas glândulas responsáveis pela produção de saliva, que ficam na região. Essas glândulas são as parótidas, as submandibulares e as sublinguais.

"Nos primeiros dias, meu rosto começou a inchar abaixo da orelha e surgiu um desconforto na região. As dores apareceram nos dentes e na cabeça, no mesmo lado do inchaço. Nas duas primeiras noites tive febre", relatou, em entrevista ao G1, o estudante Manuel dos Santos, de 23 anos, que começou a apresentar os sintomas da caxumba há 6 dias.

 src=Transmissão
A transmissão da doença ocorre pelo ar, pelo contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas.      

Segundo Manuel, que trabalha em um hotel da região metropolitana de Salvador, pouco antes de ser diagnósticado com caxumba, ele estava com a imunidade baixa por conta de estresse. O estudante acredita que esse tenha sido o motivo que facilitou a contaminação com o vírus.

"Nos últimos dias, eu estava com a imunidade baixa devido ao estresse da rotina e como trabalho com um público que pode vir de qualquer parte do mundo, creio que esse tenha sido um fator que me fez pegar [a caxumba]. Não há como ter certeza", falou.

Tratamento
Não existe um remédio específico para a caxumba. O tratamento para a doença consiste em aliviar os sintomas de dor e mal estar e fazer repouso para que o próprio organismo combata o vírus.

O estudante Manuel dos Santos contou que a médica que o atendeu pediu para evitar alimentos que precisem mastigar e orientou que ele ficasse em repouso total. Ele recebeu um atestado de 12 dias de afastamento do trabalho.

Para aliviar as dores e ajudar a desinchar, a profissional de saúde indicou usar compressas mornas algumas vezes ao dia. A médica também orientou que ele mantesse a higiene bucal.     

Complicações
A caxumba pode gerar complicações mais graves, como a meningite viral, forma mais branda da infecção, que atinge as membranas que envolvem o encéfalo. Além disso, é possível desenvolver orquite, que é a inflamação dos testículos, e a ooforite, inflamação dos ovários.

A doença também pode levar à surdez, embora os casos sejam muito raros. Em adultos, a gravidade do vírus é maior.

 src=Prevenção
A prevenção contra a caxumba é feita com a vacina tríplice viral, que protege contra a doença e outras duas, o sarampo e a rubéola. A vacina deve ser tomada a partir de um ano de idade em duas doses, com intervalo de um mês entre elas.

No Sistema Único de Saúde (Sus), a tríplice viral está disponível gratuitamente para pessoas com até 49 anos de idade. Para crianças e adolescentes de até 19 anos, estão disponíveis as duas doses. Para pessoas entre 20 e 49 anos, o sistema público de saúde oferece apenas uma dose.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, todos os 117 postos básicos de saúde da rede municipal estão abastecidas com a vacina que protege contra a caxumba. Para ter acesso às doses, é preciso se dirigir a algum deles, com um documento de identidade e o cartão de vacinação.

Quem já tomou as duas doses da vacina não precisa se imunizar de novo ao longo da vida e quem já teve a doença uma vez também está protegido.

Reprodução: G1