Com a extinção de oito linhas de ônibus na capital baiana, o secretário de Mobilidade de Salvador, Fabrizzio Müller, explicou sobre as alterações nas linhas de transporte. Em conversa com o Portal Salvador FM, nesta sexta-feira (6), Müller destacou que as mudanças atendem critérios técnicos estabelecidos no planejamento de transporte da cidade.
“Essas linhas extintas já tinham deixado de ser atrativas para os usuários, ao longo dos anos, os passageiros foram deixando de usar e se adequando aos outros meios. As pessoas perceberam que há outras formas mais atrativas e rápidas […] Isso não é suficiente, não acontece em outros lugares do mundo, à medida que temos outras alternativas mais eficientes, temos que mudar isso”, explicou o secretário.
Segundo Müller, as frotas retiradas foram usadas para outras linhas e que as mudanças visam sempre o melhor para os usuários: “Procuramos entender a matriz de integração e não fazemos nenhuma modificação que não seja mais vantajosa para o usuário, seja em tempo de intervalo dentro do ônibus, seja no deslocamento ou tempo de espera”, disse.
Para o secretário, é entendível a insatisfação de alguns usuários por ser algo cultural, mas, para ele, é possível que as pessoas se acostumem e garantiu que as linhas retiradas já não tinham uma demanda significativa. “As pessoas descobriram que pegar outro ônibus é mais rápido, ou outros meios. Isso é uma mudança natural de uma cidade, é natural da dinâmica de crescimento e modernização”, garantiu Müller.
Questionado sobre a possibilidade de extinção de linhas que rodam toda a cidade, o secretário diz fazer parte do projeto de desenvolvimento de curto, médio e longo prazo: “Existem linhas muito extensas que não são suficiente, existe um planejamento para tornar mais eficiente, precisamos entender que isso é natural e acontece em qualquer cidade”, contou ele.
Müller frisou ainda que a ideia não é prejudicar o usuário, que é o cliente do sistema e que a integração tem o objetivo de reduzir o tempo de espera e de deslocamento para a população.
A promessa do ar-condicionado
Apesar de antiga, a instalação de frotas com sistema de ar-condicionado ainda não foi 100% integrada nos transportes coletivos da capital. De acordo com o secretário, há um plano de renovação das frotas e a previsão é que os ônibus estejam totalmente equipados com o ar em um período de 5 a 6 anos.
Müller destacou que a pandemia foi um fator prejudicial e que hoje os ônibus que chegam ou que chegarão à cidade já contam com ar. “A substituição é feita de forma gradativa. Entendemos que é possível nos próximos anos, o que atrasou foram os três anos de pandemia, de crise no sistema de transporte. Houve um impacto”, contou o secretário.
O secretário explicou ainda que a população foi escutada durante todo o processo, através de reuniões e encontros feitos com representantes de comunidades. “Buscamos interlocução com as lideranças, as linhas que passam por mudança, colocamos cartazes nos ônibus, temos utilizado a parceria com app de planejadores de viagem, tudo isso é utilizado. A grande maioria das pessoas já compreende e já usa, mas ainda há usuários mais resistentes que ainda podem preferir um sistema menos eficiente”, contou Müller.
Fim das linhas
Em dezembro de 2022, oito linhas foram extintas da cidade, como Santa Cruz x Aquidabã; Boca do Rio x Ribeira; Alto do Coqueirinho x Campo Grande; Alto do Coqueirinho x Metrô Imbuí; Estação Mussurunga x Barra 1; Estação Mussurunga x Barra 2; Alto do Cabrito/Boa Vista do Cabrito x Pituba e São João do Cabrito x Pituba.