A feirante Marlene Santos Peixoto, que confessou ter matado o cunhado queimado após ele ter quebrado o celular dela durante uma discussão na cidade de Feira de Santana, a 100 km de Salvador, foi condenada a 11 anos e três meses de prisão em regime fechado, pelo crime de homicídio qualificado privilegiado. A pena foi determinada pela juíza Márcia Simões Costa, após júri popular realizado na terça-feira (11), segundo informou ao G1 o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), nesta quarta-feira (12).
A mulher está presa desde agosto do ano passado e voltou para o Conjunto Penal de Feira de Santana após o julgamento. Três dias depois do crime, Marlene se apresentou à polícia com um advogado e admitiu ter assassinado Antônio Teodoro Silva, mas foi liberada por ter se apresentado espontaneamente à polícia. A vítima teve 40% do corpo queimado e morreu no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, após quatro dias internado.
Marlene alegou que agiu em legítima defesa após ter sido ameaçada pela vítima. Quando foi presa, Marlene estava com mandado de prisão em aberto e foi encontrada ao sair da casa onde estava morando após o crime, na cidade de Iaçu, distante cerca 280 km de Salvador.
Caso
A discussão entre Marlene e o cunhado, Antônio Teodoro Silva, ocorreu no dia 27 de abril, na casa onde o homem morava com a mulher, que é irmã da acusada, no bairro Rua Nova, em Feira de Santana. Segundo a polícia, à época do crime, a feirante morava na mesma residência que o casal.
De acordo com a polícia, Marlene e a vítima discutiram após Marlene omitir onde estava a irmã, que estava há dois dias fora de casa. Foi então que o cunhado quebrou o celular dela. Em seguida, a acusada foi até um posto de gasolina e comprou um litro do combustível.
Conforme a polícia, a mulher disse ao frentista que usaria a gasolina para colocar em uma moto. Depois, ela voltou para a casa, jogou o líquido no cunhado e, em seguida, acendeu um palito de fósforo e colocou fogo na vítima.
Com o corpo em chamas, Antônio ainda correu para o banheiro e ligou o chuveiro, mas de acordo com a polícia, teve quase metade do corpo lesionado por queimaduras de segundo grau. Após o crime, Marlene fugiu do local.
Uma das três filhas do homem o socorreu e acionou uma ambulância do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que encaminhou a vítima para o Hospital Clériston Andrade. Antônio ficou um dia na unidade médica e, como o quadro de saúde piorou, foi transferido para o Hospital Geral da Bahia (HGE), em Salvador, onde morreu.
Reprodução/G1