O Ministério Público Federal (MPF) ligou a morte do agricultou Paulo Grendene, ocorrida no início do mês, às investigações da Operação Faroeste.
Grendene teria, supostamente, denunciado grileiros com atuação na venda de terras no Oeste. O esquema também é apurado pelo MPF. Na peça em que pede a manutenção da prisão da desembargadora Ilona Reis, a subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, afirma que o grupo criminoso formado, supostamente, por magistrados e advogados, é o responsável pelo cometimento de diversos ilícitos.
"Numa dinâmica criminosa em que a atuação da denunciada Ilona Reis foi fundamental para o sucesso da organização delitiva que, grife-se, por vital, ainda está ativa, propalou ameaça de morte ao colaborador Júlio César, duas vidas foram ceifadas e, nesse mês, contabilizou a morte brutal do agricultor Paulo Grendene, que denunciou o esquema de grilagem da Operação Faroeste, é certo que a prisão preventiva dela é o único remédio cabível”, sinalizou.
Em nota enviada à imprensa, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) afirmou no dia 18 deste mês que a morte de Paulo Grendene foi fruto de uma disputa de terra. Naquele momento, a pasta acreditava não ser possível ligar o fato à denúncia feita por Grendene na Operação Faroeste.
Faroeste e SSP – No final do ano passado, o Ministério Público Federal acusou o então chefe da SSP, Maurício Barbosa, de gerenciar o “núcleo de defesa social” do esquema de grilagem. De acordo com o MPF, cabia a Barbosa “blindar” os investigados. Por conta da denúncia, o secretário deixou a pasta. Além dele, sua auxiliar, Gabriela Caldas Rosa de Macedo, que era chefe de gabinete da pasta, também foi exonerada.