Moradores do município de Riachão do Jacuípe, a cerca de 100 quilômetros de Salvador, reclamam da falta de água. Eles dizem que as falhas no abastecimento ocorrem há mais de um ano, e que quando a água chega na torneira não é boa para o uso.
“Já tem mais de um ano que a gente fica sem água todas as tardes. Quando tem água na torneira, a água não presta. Tem vezes que água não presta nem para tomar um banho. Às vezes, a água vem de cor de lama. Às vezes, a água vem amarela, de cor de ferrugem”, conta a dona de casa Maria de Jesus.
Com o problema no abastecimento, ela diz que acumula louças e roupas sujas. O reservatório do imóvel, que tem capacidade para oito mil litros, está vazio.
Só tem água limpa em casa quem gasta dinheiro com carros-pipa. Segundo os moradores, cada carro custa em média R$ 150 reais e dura de três a cinco meses.
Como não tem condições de desembolsar este valor, o aposentado Eliézer dos Santos é obrigado a pegar água no reservatório da casa da irmã. Nos últimos meses, carregar baldes pela rua tem feito parte da rotina. “Tem de ser assim. Posso fazer o quê? Preciso, tenho de ir”, comenta o aposentado Eliézer dos Santos.
O problema é que mesmo sem água a conta da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) não para de chegar. Vitor Lima, que é radialista e trabalha em uma rádio comunitária de Riachão do Jacuípe, recebe ligações de moradores de todo o município reclamando sobre o odor e a coloração da água.
Segundo ele, esse problema começou depois da grande enchente que aconteceu na cidade em janeiro de 2016. “Quando não é a falta, é a questão da qualidade, o mau cheiro, o odor forte da água e a questão da coloração que tem sido alterada frequentemente”, disse.
A Embasa nega que as interrupções no fornecimento de água em Riachão do Jacuípe estejam acontecendo há mais de um ano. Segundo a empresa, as falhas são ocasionais e são por causa de eventuais problemas que, segundo a Embasa, são logo corrigidos.
Sobre a cor e o cheiro da água, a Embasa disse que é por causa da morte de algas nas duas barragens que abastecem o município, por causa da seca e das altas temperaturas, mas que isto não representa nenhum risco à saúde da população. A Embasa disse ainda que está adotando medidas para eliminar este problema.
Reprodução/G1