A prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Cidade Sustentável (Secis), cortou, recentemente, 36 coqueiros situados no trecho da orla marítima do Costa Azul.
A medida, que segundo a gestão municipal era necessária, tem gerado reclamação de moradores e frequentadores da região. É o caso do enfermeiro e morador do bairro José Campos Barbosa, 41 anos. Ele afirma que, no último dia 7, presenciou dois funcionários da prefeitura cortando as palmeiras. "Na ocasião, perguntei o motivo, mas não souberam informar. Liguei para a prefeitura, transferiram a ligação para mil pessoas e ninguém esclareceu, de fato, o que aconteceu", lembra.
Explicação
Conforme o diretor de Parques, Hortos, Jardim Botânico e Áreas Verdes da Secis, Uelber Reis, vários coqueiros foram plantados no trecho Amaralina-Boca do Rio em 2014. A maioria dos vegetais adaptou-se bem ao solo, mas cerca de 10% não conseguiram manter-se saudáveis.
"Inicialmente, fizemos o trato cultural das espécies, que envolve a limpeza sistemática da folhagem (folhas secas, mortas, etc.), irrigação e adubação. No entanto, com o período prolongado de chuvas, o vento foi extremamente agressivo às espécies. Bem como a alta salinidade histórica do local", explica.
Segundo ele, em função disso, os exemplares mortos foram retirados. Disse, ainda, que aguarda um laudo técnico sobre o problema para traçar a melhor estratégia para o local, seja com o replantio (já passada a fase crítica de ventos) ou a substituição por outras espécies vegetais.
"Qualquer opinião, agora, é prematura. O que estamos fazendo, e continuaremos devido à necessidade urgente, é a retirada dos coqueiros mortos. Afinal, são espécies arbóreas em que já não é suficiente o trato cultural, ainda que sistemático, orientado e com base técnica", completa.
Para o biólogo Jefferson Oliveira Pontes, o coqueiro requer um clima quente, sem grandes variações de temperatura, com média anual em torno de 27° C e oscilações diárias de 5° C a 7° C, consideradas ótimas para o crescimento e produção. "Mínimas diárias inferiores a 15° C modificam a morfologia do coqueiro e, mesmo que de pequena duração, provocam desordens fisiológicas, tais como a parada do crescimento e o abortamento de flores", afirma.
Foto: Reprodução / A Tarde Online