Bahia

Menina de 14 anos publica poema sobre conflito entre Rússia e Ucrânia: “Não me conformo com a guerra”

Ao Portal Salvador FM, Fernanda Caldas afirmou que sua principal inspiração foi a histeria criada pela mídia em cima do assunto

Reprodução
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A estudante do 1° ano do ensino médio do colégio Montessoriano, na capital baiana, Fernanda Caldas, de 14 anos, publicou um poema sobre o conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia. A jovem, que começou a escrever como um hobby, aponta que sua principal inspiração foi a histeria criada pela mídia em cima do assunto.

“Minha inspiração, na verdade, foi a situação que a gente vive nessa guerra, dessa histeria que é provocada pela mídia sobre esse tema. Eu não considero que tenha sido um conflito desnecessário mas que poderia ser evitado”, explicou Fernanda ao Portal Salvador FM.

A escrita sempre fez parte da vida da estudante, que iniciou o processo com um hobby e atualmente publica seus textos no Instagram (@nandacr_poemas). “Eu sempre escrevi, e ano passado passou a ser publicado”.

Confira o poema de Fernanda Caldas:

Guerra

Não me conformo com a guerra 

Não consigo aceitá-la 

Do que adianta pregar tanto a paz

E não só gerar,  como financiar tantos conflitos?

Do que a adianta a guerra?

Do que adianta os Presidentes das nações brigarem 

Se quem vai sofrer todos os prejuízos é a população 

E principalmente aquela menos favorecida,  antes mesmo do conflito

Do que adianta civis servirem nas guerras?

Do que adianta ataques diretos a população?

Ninguém

Repito

NINGUÉM 

Ninguém pediu por isso 

Ninguém tem culpa de viver onde vive 

Ou nascer onde nasceu

Ninguém tem culpa se homens de grandes cargos não sabem resolver seus problemas sem prejudicar uma população inocente

INOCENTE 

Em benefício próprio 

Me pergunto como querem que sejamos uma geração saudável 

Tendo que lidar com uma pandemia 

A pressão de um futuro que agora a gente sequer sabe se vai existir

Uma guerra que se tomar grandes proporções

Pode acabar com a vida de milhares de pessoas 

Seja com armas

Seja com gases 

Seja com uma única bomba 

Eu quero saber, QUANTO VALE UMA VIDA? 

Quando foi que uma vida virou só um número?

As pessoas achavam que a pandemia ia unir as pessoas

Mas só escancarou o quanto a falta de empatia está presente 

E principalmente o quanto as pessoas se tornaram individualistas 

Só existe eu

Minha vida 

Minhas vontades

Meus planos

E quem tá lá fora?

Quantas pessoas não vão morrer se esse conflito se alastrar?

Quantas famílias vão perder um pai?

Uma mãe?

Um filho?

Um avô ?

Uma avó ?

Uma filha?

Uma neta?

Um neto ?

Uma prima?

Um primo?

Quantas?

São inúmeras perguntas sem resposta 

Causada pela ganância dos países imperialistas e neocolonialistas

Que pregam a paz só no falar

Mas causam a dor, o ódio, o desespero e a histeria todos os anos 

Seja por um conflito grande 

Ou a cobertura sensacionalista de conflitos menores que facilmente poderiam ser resolvidos. 

-Quem dera que tudo isso não se passassem de meras perguntas, porque se não fizerem nada, isso pode vir a ser a mais pura e crua realidade de todos nós