Um levantamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica revelou que o desmatamento cresceu 54% em apenas um ano na Bahia. Segundo o estudo, as cidades que mais desmataram de maio de 2020 a maio 2021 foram Encruzilhada, Vitória da Conquista, Itapetinga e Feira de Santana por causa da expansão urbana.
"Hoje o desmatamento está no centro da Bahia indo para Minas Gerais, são grandes desmatamentos, grandes áreas abertas para a produção agrícola", disse o diretor de conhecimento do SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Pinto.
"Em um curto prazo o que estamos sendo é a falta da agua, são as florestas que protegem as nascentes e rio, por isso estamos vivendo crises hídricas, e nossa eletricidade vem dos rios da mata atlântica que vão para os reservatório e a produção dos alimentos que está ameaçada", concluiu.
Criar unidades de conservação tem sido a melhor forma de proteger o que ainda resta. Em Porto Seguro, no extremo sul do estado, são 28 unidades. Delas, três são parques nacionais: o do Descobrimento, o do Monte Pascoal e o do Pau Brasil, criado em 1999 que tem mais de 19 mil hectares, o equivalente a 19 mil campos de futebol.
"Estamos no meio de vegetação primária, o parque tá conservando e é uma mata densa", afirmou a gestora do parque, Marina Amaral.
Uma das coisas mais impressionantes do Parque Pau Brasil é a biodiversidade. São mais de mil espécies de plantas catalogadas e 250 mamíferos.
Um deles é o bicho preguiça, que foi flagrado pela reportagem da TV Bahia, tomando sol e se alimentando da folha de embaúba.
Áreas desmatadas que ficam vizinhas ao parque estão sendo reflorestadas. Em quatro anos já foram plantadas mais de 500 mil mudas de árvores de diversas espécies.
"As áreas sofreram intervenção de uma madeireira holandesa. Estamos aqui desde 2018, foram mais de 600 mil mudas plantadas em 390 hectares. São 50 diferentes tipos de mudas de plantas nativas como", disse a engenheira ambiental da ONG Natureza Bela.
O assentado Emerson Barreto ajudou a replantar algumas dessas mudas. Ele mora em um assentamento de terra, perto do parque e ele bem sabe o tempo que demora para recuperar o que uma serra elétrica destrói em poucos minutos. "É gratificante ter o privilégio de trabalhar aqui, na associação santa maria vemos como é difícil recuperar. Isso aqui não vai ficar só pra nós, mas para as futuras gerações", afirmou o assentado.