Um jovem identificada apenas como Luciana, 18 anos, acusa o Hospital Municipal de Simões Filho (HSF) de ‘erro médico’. Grávida da primeira filha, ela começou a sentir dores no último dia 8 de agosto e foi levada pela mãe para a referida unidade de saúde. A médica, no entanto, falou para Luciana voltar para casa.
“Eu já estava com nove meses [de gestação], perdendo líquido e sentido as contrações. Minha médica do pré-natal falou que eu não poderia passar do dia 16 de agosto, contudo, a do hospital disse que eu iria ter minha Heloísa no dia 10 de setembro”, contou a jovem.
Luciana voltou ao hospital no dia 23 de agosto e fez uma ultrassom, em que foi verificado que o bebê já estava encaixado, mas foi orientada a voltar para casa novamente. Então, dois dias depois, uma sexta-feira (25/8) percebeu que não sentia mais movimentos na barriga. “Fiquei sábado e domingo em casa e, na segunda-feira (28/8) acordei ‘morrendo’ de dor e toda inchada”, falou.
Neste dia, retornou ao HSF mais uma vez. A mesma médica que a atendeu no primeiro momento, ao tentar ouvir o coração do bebê, percebeu a ausência de batimentos. “A médica mandou eu sair para procurar um lugar para fazer uma ultrassom, sendo que lá no hospital faz o exame. Porém, ela não queria se responsabilizar pela morte da minha filha”, disse Luciana.
Ela teve a confirmação da morte do bebê em uma unidade hospitalar no bairro do Pau Miúdo, em Salvador. “Até hoje eu choro”, confessou a jovem. Ela acredita que o óbito poderia ter sido evitado caso tivesse feito uma cesárea, e diz que espera “justiça”.
Resposta
A Diretora Médica do Hospital Municipal de Simões Filho, Elizabete Dantas, informou, que a unidade de saúde vai abrir uma sindicância para verificar em quais circunstâncias aconteceram os fatos. Ela disse, ainda, que as investigações vão partir desde o momento em que a jovem passou pelos atendimentos médicos, com o objetivo de apurar responsabilidades. “A nossa conduta é abrir uma sindicância para apurar todas as responsabilidades, e tomarmos as medidas cabíveis”, informou Elizabete.
A diretora ainda esclareceu que a paciente foi atendida por três médicos diferentes. “A paciente não foi atendida pela mesma doutora. Ela foi atendida por três profissionais diferentes, tecnicamente capacitados. O que ocorreu entre um atendimento e outro eu realmente não posso descrever. A gente se solidariza e uma sindicância será aberta para apurar a denúncia”, ressalta.
A reportagem também tentou contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Simões Filho, mas as ligações não foram atendidas.
O Hospital Municipal de Simões Filho é administrado pela Associação de Proteção á Maternidade e a Infância de Castro Alves (APMI).
Reprodução/Aratu Online (AO)