O Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana, reabriu na última terça (30), o serviço de cirurgia cardíaca pediátrica. Dois procedimentos já foram feitos em bebês prematuros. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado ( Sesab), a atividade tinha sido desativada há mais de dois anos.
A primeira paciente operada, de iniciais A.V.S.S., tem 44 dias e um 1 kg. A segunda criança tem apenas 700 g. Ambas passaram por uma ligadura do canal arterial e estão internadas na unidade de terapia intensiva neonatal da unidade.
O HEC é o primeiro hospital a fazer estas cirurgias fora da capital baiana. Anteriormente, os procedimentos só eram feitos no Hospital Ana Nery e no Hospital Martagão Gesteira.
Diretor-técnico do HEC, Cláudio Oliveira conta que os procedimentos foram bem-sucedidos e que, embora as pacientes tenham sido classificadas como de alto risco, a cirurgia é simples. Ainda não há previsão de alta devido à prematuridade extrema e à cardiopatia.
"O Hospital da Criança é uma referência na região e por isso recebe muitas demandas cardíacas, que antes precisavam ser encaminhadas para Salvador. Agora, estamos recomeçando, dando os primeiros passos, e isso já é muito importante para nós", salienta Cláudio.
Meta
De acordo com informações da Sesab, o objetivo é que dois procedimentos cirúrgicos sejam feitos a cada 15 dias, com ampliação progressiva, até chegar a dez por mês. Além disso, a expectativa do órgão é que a reabertura da atividade reduza para até 30 dias o tempo de espera, que chega há meses.
"Minha meta é zerar a fila de cirurgias infantis e cardíacas no estado. Vou entregar mais dez leitos de UTI ao Hospital da Criança", prometeu o governador Rui Costa (PT) durante a assinatura da ordem de serviço do BRT de Feira de Santana, anteontem.
Em nota, a Sesab divulgou que a demanda de urgência, emergência e procedimentos eletivos nesta área tem cerca de 400 pacientes à espera em toda a Bahia. A fila chegou a ter 600 pessoas em 2012.
A Liga Álvaro Bahia contra a Mortalidade Infantil é a nova responsável por administrar o HEC desde o dia 1º de junho. A organização é conhecida por gerenciar o Hospital Martagão Gesteira. De acordo com a Sesab, foi realizado um contrato emergencial com vigência de até 180 dias. A liga substitui a Fundação Professor Martiniano Fernandes (IMIP), que administrava a unidade hospitalar anteriormente.
"Os motivos da substituição foram os indícios de irregularidades apontados nas visitas técnicas realizadas na unidade e, preliminarmente, pela auditoria que está em curso, cujo objetivo é realizar um encontro de contas. Entre eles, destacam-se o descumprimento de metas estabelecidas contratualmente, a redução da oferta de serviços à população e a falta de manutenção do patrimônio público sob sua responsabilidade", informa a Secretaria da Saúde da Bahia em nota.
Fonte: A tarde Foto:Reprodução/A tarde
