Mais de R$ 588 milhões! Este é o valor somado das perdas financeiras provocadas por ligações clandestinas de energia, violação de medidores e desvios das cargas de medição, entre os anos de 2013 e 2014. Os números foram divulgados pela Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba), empresa responsável pela distribuição de energia elétrica no estado, durante coletiva à imprensa na manhã desta quarta-feira (15).
De acordo com o Superintendente de Perdas da concessionária, Márcio Caires Vasconcelos, ao menos 50% do prejuízo milionário são distribuídos para todos os clientes por meio de tarifas nas contas de luz: "O órgão regulador nosso, que é a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estabelece na tarifa um percentual de perda. Parte desse valor (perdido com as fraudes) todo mundo paga, porque parte dele é reconhecido na tarifa comum a todos. A conta (de valor repassado ao demais clientes) não é tão simplificada, porque tem algumas contas que incidem uma dentro da outra. Mas a gente pode dizer que, em torno de 50%, talvez seja participação do consumidor", afirma.
Segundo a Coelba, nos dois anos apontados no levantamento, a energia obtida de forma irregular no estado foi de 1.717 GWh (gigawatt/hora), número suficiente para abastecer o município de Salvador e região metropolitana por cinco meses. Levando em conta só o ano de 2014, o consumo fraudulento foi de 937 GWh, que seria capaz de abastecer as cidades de Camaçari e Brumado juntas, por um ano.
Márcio Caires detalha que os conhecidos "gatos de energia" estão presentes em todos os municípios e ramificados entre todas as esferas sociais: "O gato de energia não tem bairro, não tem segmento, não tem classe. Ele é feito com base em uma avaliação de consumo. Então, está presente no nosso mercado baiano de forma geral e a ideia da Coelba é combatê-lo de forma geral. A gente – independentemente da classe, do bairro, do segmento -, avalia e a partir das constatações são disparadas ações de campo para coibir esse tipo de prática irregular que tem impactos sérios na segurança e na qualidade do fornecimento", diz.
Caires detalha que entre 2013 e 2014, a Coelba contabilizou gastos no valor de R$ 145 milhões, apenas na tentativa de coibir as perdas. Para 2015, estão previstos