Bahia

Falta de recurso leva a suspensão no atendimento de saúde em Santo Amaro

60% dos partos são via SUS.

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Instituição filantrópica completou 83 anos em junho - Foto: Joá Souza | Ag. A TARDE

Desde o último dia 1º de setembro, o Hospital Maternidade de Santo Amaro suspendeu o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Caso uma gestante chegue à unidade em busca de atendimento, encontrará um comunicado oficial na recepção, onde se lê : “a partir das 00:00hs do dia 01/09/2019, o atendimento do SUS estará paralisando os serviços, na especialidade de obstetrícia (gestante), por absoluta falta de recursos financeiros para a continuidade da prestação dos serviços”. O problema na maternidade é reflexo de uma  crise maior que se arrasta desde 2016, quando a prefeitura assumiu o comando único e não teve recursos suficientes para manter a rede municipal de saúde.  Cerca de R$ 400 mil foi a perda mensal, o que levou à paralisação dos serviços na maternidade,  problemas no atendimento no Hospital Nossa Senhora da Natividade e no Hospital Nossa Senhora da Vitória – este último chegou a fechar em 2018 e foi reaberto em abril deste ano (veja matéria ao lado).   

No Hospital Maternidade, os recursos oriundos do convênio com a prefeitura foram reduzidos para menos da metade. A  instituição filantrópica, dirigida pela Santa Casa da Misericórdia de Santo Amaro, recebia mensalmente, por meio do estado, R$ 98 mil. Após a mudança, este  valor caiu para R$ 41 mil. Sem condições financeiras, a instituição deixou de atender pelo SUS durante um ano. Em fevereiro de 2017, a atual gestão municipal assinou  um novo  convênio, que está suspenso neste momento. O secretário de saúde Holmes Filho disse ao A TARDE que a maternidade contraiu pendências de pagamento de tributos com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e com ações trabalhistas, o que prejudica a manutenção do acordo. 

A maternidade reconhece as pendências tributárias, mas Eliete da Cruz, diretora administrativa da instituição, disse que o atraso nos pagamentos é ocasionado por uma dívida de  R$ 1,7 mi que a prefeitura municipal tem com a unidade hospitalar.Na última quinta-feira, 19, ocorreu uma reunião no Ministério Público da Bahia (MP-BA) para debater a situação do Hospital Maternidade de Santo Amaro. O secretário de saúde Holmes Filho avaliou o encontro como positivo. 

Até o retorno do atendimento, as gestantes seguem sendo atendidas no Hospital Nossa Senhora da Natividade, onde a Secretaria de Saúde construiu uma sala de parto humanizado. Medida adotada para amenizar a crise com a suspensão dos serviços do SUS na instituição filantrópica.     

Fonte: A Tarde

REDAÇÃO DO LD