Bahia

Excesso de oferta reduz valor de aluguel de salas comerciais

No caso de salas à venda, a redução foi de 649 em abril para 593 em maio.

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Corretores de imóveis que atuam em Salvador apontam uma queda de até 40% no valor do aluguel de salas comerciais na cidade em relação ao ano passado. Um número atribuído à mistura de uma crise econômica que se agrava com o excesso de ofertas de unidades, após um boom imobiliário no mercado local que durou até 2013.

Segundo dados do Sindicato da Habitação (Secovi-BA), durante abril havia 1.239 salas comerciais disponíveis para aluguel em Salvador. Número que caiu para 1.137 em maio. No caso de salas à venda, a redução foi de 649 em abril para 593 em maio.

"Em cinco anos, chegaram ao mercado de Salvador cerca de 70 mil novas salas comerciais. Boa parte delas agora está vazia", explica o diretor pedagógico do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-BA), Noel Silva.

Ele aponta uma redução de até 40% no valor de aluguel destas unidades. O dobro da diminuição verificada nos imóveis residenciais. "Com essa crise, ninguém está abrindo empresas", diz Silva. O percentual foi encontrado em uma pesquisa interna de sua empresa, Nnova Soluções Imobiliárias.

"Há andares inteiros vazios e, em alguns casos, prédios fechados",  afirma o corretor José Ferreira Lima, da Ferreira Imóveis, que tem um diagnóstico parecido. Nos imóveis comerciais negociados por meio de sua empresa, o valor do aluguel caiu até 40%.

Em lugares como a Avenida Manoel Dias da Silva e na Alameda das Espatódeas, Caminho das Árvores, são comuns as placas de aluga-se. Uma situação que, no caso dos imóveis de maior valor, é semelhante para unidades comerciais e residenciais.

Segmento aquecido

"Quanto mais caro o imóvel, mas difícil  o aluguel. O mercado de até dois quartos, que nós chamamos de 1.0 (referência aos carros populares), continua aquecido", afirma o corretor Sérgio Sampaio, há 40 anos no mercado.

Por outro lado, uma pesquisa feita pela Viva Real, empresa de atuação nacional, ao comparar o mercado entre abril e maio deste ano,  considera que os preços se mantiveram estáveis, com pequenas variações tanto para venda quanto para aluguel. A exceção é a Paralela, que, segundo a pesquisa, teve valorização de 20% de abril para maio.

Noel Silva, da Nnova, considerou estranho esse percentual. "Normalmente, temos uma grande variação em um local quando há um novo empreendimento", explica.

"Entendemos que essa é uma região que ainda tem espaço para crescer. É muito provável que essa valorização tenha ocorrido porque a região passa por um crescimento urbano e tem vários pontos de referência da cidade, como shopping, universidades e área verde. Essas facilidades costumam valorizar o m² da região", justificou Lucas Vargas, executivo-chefe de operações  do Viva Real.

Sobre o impacto da crise política no mercado, a empresa fez outra pesquisa mostrando que 39% dos respondentes afirmaram ter sua decisão de comprar imóvel afetada pelas mudanças políticas. Entre eles, 43% optaram por procurar um imóvel mais barato e 31% pararam de procurar.

Preço e valorização por bairro

Mais caros para venda – Horto Florestal, Ondina, Vitória, Barra e Alphaville

Mais caros para  aluguel – Caminho das Árvores, Ondina, Barra, Armação e Paralela

Mais valorizados para venda – abril/ maio – Cabula, Paralela, Itapuã, Jd. Apipema e Jd. Armação

Mais valorizados para  aluguel – abril/ maio – Paralela, Barra e Armação

 

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