Estudantes da zona rural de Itabela, no extremo sul da Bahia, já não vão à escola há cerca de dois meses por falta de transporte escolar. "Hoje eu até vesti minha roupa, fui para o ponto [pegar o ônibus], mas não passou não", disse o estudante Rayon Santos.
O estudante mora no distrito de Defunto Lavado, que pertence a cidade de Itabela e segundo conta, os ônibus escolares que levam as crianças do distrito para o centro de Itabela não estão buscando os estudantes. Faltando as aulas há cerca de dois meses Rayon teme ser reprovado neste ano.
A recomendação da Secretaria de Educação do município é estender o calendário letivo até o dia 23 de dezembro e aplicar um provão para aqueles que não conseguiram assistir aulas na terceira e quarta unidades. O Secretário de Educação de Itabela Paulo Carvalho, disse que está sabendo dos problemas e que fez cobranças a empresa.
"A gente marcou uma reunião [coma empsa] para ver com eles qual é o problema para que eles possam passar para gente", disse Carvalho.
Segundo a Secretaria de Educação, 200 alunos estão deixando de ir para a escola por causa da falta do transporte escolar. No povoado de Montinho, também no sul do estado, a escola Carlos Alberto Souza Parracho já perdeu 40 dos 300 alunos. A metade pediu transferência para outras escolas mais próximas do domicílio, a outra metade tem deixado de vir a escola porque não tem como chegar até o colégio.
Meiriele Barros estuda o 1º ano do ensino médio e está perdendo aula desde 10 de outubro. "A gente vai passar [de ano] sem saber de nada e talvez, até perder de ano porque não pode ir para a escola", disse.
O estudante Emanuel Saldanha, de 12 anos, conta que a mãe paga R$ 10 a um vizinho para fazer o transporte para o filho. "Junto com outras mães ela paga está pagando para levar a gente lá no Montinho e trazer", disse Emanuel.
O motorista Wagner Figueredo alugava a van para a empresa que a prefeitura contratou pra fazer o transporte dos alunos mas parou com o serviço porque não estava recebendo. "Parou tudo porque estava sem combustível, sem motorista e sem pagamento", disse.
Uma veículo modelo Kombi, que fazia o transporte de estudantes ficou no meio do caminho por conta dos buracos da estrada, foi depredada e ficou sem pneus. O presidente do conselho escolar, Adenilson Ferreira, diz que a empresa não foi sequer buscar o veículo que quebrou na estrada há 90 dias.
"A dificuldade está sendo grande em relação a isso. Os professores estão tendo dificuldades para avaliar a gestão da escola está amenizando a situação, conversando com os professores para poder arrumar uma forma de avalia-los para fechar o ano letivo. Os launos não podem ser prejudicados por esse motivo do transporte escolar", disse
Os responsáveis da empresa contratada pela prefeitura para fazer o transporte escolar na cidade foram procurados, mas não foi possível contato com os mesmos.
Reprodução/G1