Estudantes baianas conquistaram uma vaga para a feira científica pré-universitária, International Science Engineering Fair (Isef), que vai acontecer em Los Angeles (EUA), entre os dias 11 e 17 de maio. As idealizadoras do projeto são Clara Dias, Sabrina Rocha e Mariah Clara da Silva.
A ideia do projeto surgiu após as estudantes analisarem as problemáticas envolvidas na alimentação do gado no Brasil.
“A deficiência nutricional em pastagens, que necessitam de solo e fatores climáticos, e por conta disso são ofertados farelos ao animal, que podem contar micotoxinas e altas concentrações de agrotóxicos, assim como o modo a criação do gado em confinamento, que pode acabar resultando no stress oxidativo, que ocasiona em doenças no animal”, explicou Clara ao Portal Salvador FM.
O projeto consiste na formulação de suplemento, que complemente as necessidades nutricionais do gado sem prejudicar sua saúde.
“Utilizando a microalga Dunaliella salina, que é cultivada em águas salinas, não depende de clima e solo, e a Hesperidina, uma molécula extraída de cascas de laranja, que é um resíduo agroindustrial, já que o Brasil se encontra como o principal exportador da fruta e do suco. Juntos, esses componentes atuam no stress oxidativo, na melhora da resposta imunológica do animal e na melhora da qualidade da carne, deixando ela mais macia e rica em Ômega 3”, detalhou a estudante.
Clara afirma que a expectativa para a participação na Isef é alta, por representar o estado. Segundo ela, o sentimento é de orgulho, após meses de batalha.
“Estamos ansiosas para compartilhar o nosso trabalho com outros participantes e especialistas, e voltar para casa com mais conhecimento e perspectivas. E representar a Bahia nesse processo é uma honra e um grande orgulho para mim e para toda a minha equipe. É uma responsabilidade que batalhamos muito para assumir, e estamos comprometidas em mostrar o nosso melhor”, comemorou.
O prêmio Regeneron ISEF foi promovido pela Febrace, no entanto, a feira arca apenas com os custos das passagens, hospedagens e credenciamento da feira. Desta forma, as estudantes criaram uma vakinha online (clique aqui para contribuir) para custear o passaporte, visto, roupas sociais e alimentação.
“Precisamos de ajuda com os custos, e por isso criamos a vakinha. Ao contribuir, você ajuda a promover o reconhecimento internacional do nosso trabalho, incentiva jovens cientistas e meninas na ciência, além de trazer reconhecimento para a Bahia, Nordeste e Brasil. Nossa história também incentiva estudantes de baixa renda e periferia, pois somos da turma do novo ensino médio (NEM) do Sesi associado ao curso de biotecnologia do Senai Cimatec, composta por estudantes 100% bolsistas, e conseguimos levar pela primeira vez o Senai Cimatec a uma feira internacional”, disse.
Além de receberem certificado, as estudantes terão o projeto publicado na revista científica Enciclopédia Biosfera.
