Bahia

Estrutura do turismo de salvador está precário

Foi-se o tempo que o turista era bem tratado na Bahia. Pelo Porto, pela Rodoviária ou pelo aeroporto.

NULL
NULL

 

Foi-se o tempo que o turista era bem tratado na Bahia. Pelo Porto, pela Rodoviária ou pelo aeroporto, quem visita a capital já começa a ter dimensão do que o espera: o total abandono dos cartões postais da cidade. O impacto se vê nos hotéis, que, em maio, tiveram a menor ocupação do século: 38%.

No site tripadvisor, onde o turista pode compartilhar a sua experiência em cidades do mundo inteiro, a beleza natural de Salvador divide espaço com as reclamações. “Estive na Porto da Barra, uma praia boa para banho mas com atendimento de praia péssimo e caro. Não pretendo voltar, a não ser que seja para um rápido mergulho”, avaliou o goiano Thiago Martins.

O Centro Histórico também tem gerado críticas. “Achei um pouco mal cuidado e muitos vendedores e supostos guias querendo se aproveitar dos turistas. Teve um que se mostrou prestativo em nos levar até o mercado mesmo meu esposo dizendo que não queria. Ficou cinco minutos com a gente e queria R$ 60. Infelizmente, as cobranças para estacionar e a insistência em comprar pulseiras deixa o passeio desagradável”, contou Zulianil Lopes, que mora em São Matheus (ES).

Com infraestrutura deteriorada ou até mesmo inexistente, o visitante tem optado por outras cidades. “Tem representado muito negativamente, principalmente para o turismo receptivo. As agências de viagens que trabalham recepcionando passageiros não estão tendo movimento”, lamenta o presidente da Associação Brasileira de Agentes de Viagens (Abav), José Alves Peixoto.

Sem barracas e Nem sinal dos novos quiosques

Até 2010, o turista que chegava a Salvador escolhia entre as 480 barracas de praia instaladas em Salvador. Depois das demolições, a população e o turista ainda aguardam a resolução do problema e o cumprimento da promessa feita pela Prefeitura de reestruturar a Orla da cidade.

No ano passado, foram licitados os lotes de quiosques que vão substituir as antigas barracas de praia. A Saneando Projetos e Engenharia pagou R$ 2,94 milhões para explorar três lotes por 15 anos; a Holz Engenharia, R$ 1,61 milhão por dois lotes; e o Consórcio RPH, R$ 600 mil pela área restante.

Até agora, porém, nem sinal dos quiosques, que ficarão não mais na praia, mas nos canteiros próximos à areia, ao lado das vias — como acontece em cidades como o Rio de Janeiro. E isso porque o prazo era o início do verão passado…

Vaga pro trt, não pro visitante

Item indispensável no roteiro de quem visita Salvador, o Mercado Modelo tem afugentado turistas até nos detalhes, como o estacionamento controlado por um guardador de carros — o popular flanelinha. A Metrópole flagrou a dificuldade encontrada pelos turistas para conseguir uma vaga, sendo abordados por flanelinhas na área externa do local. Para piorar, o estacionamento do Mercado está sendo usado pelo Tribunal Regional do Trabalho. E o turista? Para onde?

Centro de convenções

Com inúmeros problemas estruturais, nem mesmo a interdição temporária de parte do Centro de Convenções da Bahia por risco de desabamento, determinada pela Bahiatursa em março de 2015, conseguiu adiantar o processo para decidir o futuro do espaço.

Com o setor turístico em baixa, incentivar o turismo de negócios, segundo a Abav, seria uma opção para impulsionar o mercado, mas isso não pode ser feito por falta de um espaço de qualidade.
‘abraçaço’ no centro

O presidente da seccional baiana da Associação Brasileira da Indústria de hotéis (ABIH-BA), Manolo Garrido, analisou a crise causada pelo abandono do Centro de Convenções, que, segundo ele, “não está apto para receber nenhum tipo de evento”. “O que estamos tentando é sensibilizar o governo, porque a gente depende disso”, afirma.
Para chamar a atenção para o problema, o setor vai organizar um ‘abraçaço” nesta quinta-feira (11), às 10h. “Essa reforma do centro é emergencial. Sabemos que é antigo, mas ali mesmo tem condição de construir outro”, afirmou
 

Aeroporto precário

O aeroporto de Salvador é a exemplificação da precarização do turismo na Bahia. Operando 220 voos domésticos diários e 57 internacionais por semana, o espaço não possui infraestrutura que comporte a demanda. Questionada sobre o sonhado término da obra que se arrasta desde 2012 e tinha previsão para ficar pronta antes da Copa do Mundo, a Infraero se limita a dizer que a reforma “está em andamento”.

Foto: Reprodução/Metropress