O empresário Ademir Menezes de Almeida, 67 anos, morto no início da noite de segunda-feira (2) no condomínio Planeta Água, em Barra do Jacuípe, foi ao local para passar um dia de lazer com a família na casa de um amigo.
O correio conversou com o pai da nora do empresário, Roberto dos Anjos, 65 anos, que informou que o empresário havia reunido a família para passar o feriado.
Segundo ele, Ademir tinha uma casa de veraneio em Arembepe, no Litoral Norte, e passou o final de semana no local com a esposa, alguns dos seus dez filhos e netos. Um amigo de Ademir chamado Luiz Dias, que tem uma casa no condomínio Planeta Água, chamou o empresário para passar o feriado no lugar com ele.
Na manhã do dia 2, Ademir foi até a casa de Luiz acompanhado da esposa, Ana Selma Santos Almeida, 53 anos, da nora Roberta Oliveira dos Anjos, 31, do filho, Wallace Santos de Almeida, 35 e da neta de 6 anos. Pai e filho administravam juntos uma empresa de transporte de entulho. A família passou o dia se divertindo na casa do amigo, onde estavam mais 18 pessoas, todos familiares de Luiz.
No início da noite, por volta das 18h, Ademir e os quatro familiares saíram da garagem, no Gol prata do empresário, para voltar para casa. Wallace ia ao volante e Ademir, no carona. Nesse momento, eles perceberam um Corsa passar rápido pela rua, que estava mal iluminada e cheia de buracos. “A esposa de Ademir viu um carro passar em alta velocidade e falou ‘não saia agora, não!’”, afirmou Roberto, hoje pela manhã, no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR).
Ainda segundo Roberto, logo em seguida, o Corsa deu um cavalo de pau e duas crianças saíram dele chorando. As crianças correram para uma casa localizada no início da rua, que seria habitada por um grupo de ciganos. Os dois homens que estavam dentro do carro, que também seriam ciganos, desembarcaram e começaram a xingar outros dois homens que saíram da casa onde as crianças entraram.
Todos estavam armados. Roberto não soube informar se houve troca de tiros entre os homens, mas afirmou que nesse momento nove disparos atingiram o carro onde a família de Ademir estava. De acordo com os familiares, os tiros foram disparados pelos ciganos que saíram da casa.
Ainda segundo o relato de Roberto, durante os disparos, a família se abaixou e Selma pediu para o filho, que dirigia tirar o carro dali. O filho, então, respondeu "Antes, preciso me acalmar". Nesse momento, Ademir interrompeu o diálogo e falou: "Meu filho, estou morrendo…".
Sem que ninguém tivesse notado, o empresário havia sido atingido pelos disparos e morreu logo em seguida. Segundo a família, o corpo apresentava oito perfurações. Roberta foi atingida no braço, enquanto Wallace foi baleado no punho direito e nas costas. Selma e a criança não foram atingidas. Os ciganos fugiram logo após os disparos.
Roberta e Wallace foram socorridos para o Hospital de Camaçari, de onde Roberta já recebeu alta. Wallace foi transferido para o Hospital do Aeroporto, onde passou por uma cirurgia.
"Ele gostava de viver, de reunir os filhos. Sempre alegre e festeiro e era torcedor do Vitória", lembrou Andréa Martins, 41, filha do primeiro casamento de Ademir, enquanto aguardava a liberação do corpo, na manhã desta terça-feira, no IMLNR. Ademir será sepultado nesta quarta-feira (4), às 11h, no Cemitério Bosque da Paz.
Foto: Reprodução/Correio24h