Bahia

Embasa faz operação de combate a gatos de água em Salvador

Embasa amplia operações contra fraudes

NULL
NULL

Ao todo foram 137,6 mil casos de suspeitas de fraudes que resultam em um prejuízo na ordem dos R$ 121,7 milhões, decorrente do volume de água não faturado

Ontem (3), a Embasa realizou mais uma ação de combate à fraudes na rede de água de Salvador e da região metropolitana. Em 2014, os “gatos de água” – que são as ligações clandestinas nas tubulações de água tratada – foram responsáveis pelo desvio de 2,1 bilhão de litros de água por mês na Grande Salvador – um volume de água suficiente para abastecer cidades do porte de Feira de Santana, por exemplo. Ao todo foram 137,6 mil casos de suspeitas de fraudes que resultam em um prejuízo na ordem dos R$ 121,7 milhões, decorrente do volume de água não faturado. 

Durante toda a quinta-feira, 22 equipes da empresa fizeram ações de combate à fraude em toda a região metropolitana. A ação consistia em identificar as ligações clandestinas através de uma análise prévia feita pela própria Embasa, e a posterior escavação na calçada do imóvel que estaria cometendo a fraude. Uma operação complexa já que, em algumas ocasiões, é necessário escavar um grande trecho da calçada para identificar o “gato”.  Outro fator que dificulta o trabalho das equipes é o perfil variado do consumidor, que está presente em todas as camadas da população, sejam nas comunidades mais carentes, quanto naquelas com maior poder aquisitivo. 

A ligação irregular que mais chamou a atenção da fiscalização da Embasa durante a operação na manhã de ontem foi em um condomínio localizado na Rua Carlos Gomes, no centro da cidade. De acordo com o gerente do Departamento de Gestão Comercial, José Roberto Gil, o condomínio já deve 56 meses a Embasa, e teve sua água cortada em 2005. 

“Já fizemos 21 verificações de fraude e a detectamos em oito ocasiões. Como durante esse tempo, não houve nenhuma predisposição do proprietário para negociar a dívida, estamos novamente cortando a água”, explicou o gerente. O prédio possui 46 apartamentos e esta é a nova vez que o gato foi cortado. O dono do empreendimento – que não foi localizado – já acumula uma multa de R$ 2 milhões. 
Os trabalhos de fiscalização e combate à fraude da Embasa começaram no mês de abril. Durante este período todo tipo de imóvel já foi notificado. O prejuízo, segundo Gil, acaba sendo de todos. “A Embasa deixa de investir em sua rede, deixa de melhorar seu atendimento e qualificar sua equipe por conta deste tipo de ação. Além disso, um consumidor adimplente também acaba sendo lesado nessas fraudes”. A estimativa, de acordo com o gerente, é de a partir de 2016, a empresa possa trabalhar com o dobro das equipes que hoje atuam na desativação das ligações clandestinas de água canalizada. 

Irregularidade 
Nos últimos seis meses, foram identificados 6.991 casos de irregularidades na rede de abastecimento da Embasa. Destes, 1.770 (25%) já regularizaram a situação junto a empresa, enquanto que os demais serão objeto de análise para um novo acompanhamento e procedimento de cobrança.

Na capital, a Embasa fornece uma média de 13,6 mil litros de água por ligação, mensalmente. Em regiões onde se detecta uma grande incidência de fraudes é fornecido o dobro deste volume.

 Foto: Reprodução/Tribuna da Bahia