Talvez você se lembre da imagem de uma mancha escura no mar do Rio Vermelho, em março do ano passado. Na ocasião, um acidente com um ônibus provocou a interrupção de energia na Estação de Tratamento de Água do Lucaia e, em dois dias, a Embasa acabou despejando 756 milhões de litros de esgoto sem tratamento na praia.
O odor pode não incomodar mais, mas o problema não deixou de existir. Segundo a Polícia Federal (PF), a Embasa vem lançando esgoto sem tratamento – ou bruto, como é o termo técnico – no mar há mais de dois anos.
“A gente foi instaurar o inquérito para averiguar o que tinha acontecido naquela época, mas percebemos que o caso era mais grave”, afirmou o delegado Fernando Berbert, responsável pela Operação Águas Limpas, deflagrada nesta terça-feira (14), justamente para investigar se a empresa vem cometendo crime ambiental.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão – três em Salvador, na sede da Embasa, e outros dois no Rio de Janeiro e em São Paulo – para localizar documentos relativos à investigação. Os mandados, deferidos pela 17ª Vara Federal, foram solicitados depois que a PF requisitou os documentos e a Embasa negou. De acordo com o delegado, só no ano passado, foram dois pedidos negados.
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