Após reunião realizada entre rodoviários e a Polícia Militar durante a manhã, ficou acertado que os ônibus vão voltar a rodar nos finais de linha dos bairros de Pero Vaz e Santa Mônica, em Salvador, a partir das 13h30 desta sexta-feira (1º). A decisão foi tomada pelo Sindicato dos Rodoviários depois que a polícia deu garantias de manter o reforço de policiamento nos bairros. A reunião entre as partes ocorreu no Quartel da PM, nos Aflitos.
Após os ataques a veículos do transporte coletivo ocorridos no Pero Vaz na quarta-feira (29), a categoria suspendeu o serviço na região e também no bairro da Santa Mônica por temer novas investidas dos criminosos.
"Os ônibus vão retornar no início da tarde para os dois terminais. A partir das 13h30, vão circular normalmente em Pero Vaz e Santa Mônica", garantiu Fábio Primo, presidente do Sindicato dos Rodoviários após o encontro com PMs.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que a segurança está reforçada com guarnições da 37ª CIPM, da Operação Gêmeos e equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT)/Rondesp BTS. "A PM permanecerá na região mantendo a ordem com o objetivo de garantir a segurança da população e prender os autores dos delitos praticados na noite da última quarta-feira (29)".
Histórico do caso
Na manhã desta sexta, pelo segundo dia seguido, os ônibus não circularam pelo fim de linha do bairro de Pero Vaz, em Salvador. A situação aconteceu desde que quatro veículos rodoviários foram incendiados no bairro, na noite de quarta-feira (29).
Na quinta (30), duas pessoas suspeitas de envolvimento no incêndio foram levadas para a delegacia depois de uma operação da polícia. A informação foi divulgada pelo delegado Moisés Damasceno, do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), que apura o caso. Conforme a polícia, as duas pessoas localizadas têm antecedentes criminais. Mas os dois suspeitos foram liberados, segundo o delegado, porque não houve provas da relação deles com as ações no Pero Vaz.
O delegado não informou a quantidade de suspeitos já identificados pela polícia, mas disse que todos são envolvidos com o tráfico de drogas na região. A 2ª Delegacia Territorial, no bairro da Liberdade, em Salvador, instaurou inquérito para apurar o caso.
Motivação
A suspeita é de que o ataque aos coletivos tenha sido ordenado por traficantes da região em represália à morte de Gilson Barbosa da Cruz, de 23 anos. O jovem, conforme a polícia, teria ligações com criminosos e foi morto horas antes do incêndio aos ônibus, em uma troca de tiros com PMs no bairro da Santa Mônica.
Moradores da localidade, no entanto, afirmam que o rapaz não tinha envolvimento com o crime e que estava trabalhando em um terreno quando foi baleado por PMs. O corpo de Gilson foi enterrado na tarde de quinta-feira, no cemitério Quinta dos Lázaros.
A Polícia Militar emitiu comunicado oficial, nesta sexta-feira, afirmando que os policiais envolvidos na ação relataram que tudo começou quando uma guarnição realizava rondas no bairro da Santa Mônica, quando um homem numa motocicleta avistou a guarnição e fugiu.
Durante a perseguição, ainda de acordo com a PM, os policiais se depararam com suspeitos traficando e portando armas de fogo. Neste momento, os PMs teriam sido recebidos a tiros.
Houve confronto, quando Gilson Barbosa da Cruz foi alvejado e não resistiu aos ferimentos. A PM afirmou, no comunicado, que com ele foi encontrado um revólver calibre 38, com três munições deflagradas e duas intactas, dois celulares e uma quantidade de drogas.
(Reprodução: G1-BA)