Um grupo de trabalhadores realiza caminhada, na manhã desta sexta-feira (31), do Campo da Pólvora até o Barbalho, centro de Salvador, em protesto contra a reforma da previdência e o projeto de terceirização propostos pelo governo federal. No início da manhã, a mobilização ocorreu na região da Avenida ACM. Por volta das 11h40, o grupo passava pela região do Hospital Santa Izabel, bairro de Nazaré. A manifestação conta com organização de centrais sindicais como CTB, CUT, APLB e Sindsefaz. Os participantes ocupam faixa da via no sentido Barbalho. Por conta do protesto, a Transalvador chegou a bloquear a entrada de veículos pela ladeira da Arena Fonte Nova.
Maria Ramos Santos, professora da cidade de Laje, interior da Bahia, veio a Salvador para participar do ato. "A aprovação das reformas vai significar a volta da ditadura. Estamos lutando pelos nossos direitos. Vamos perder nosso direito de aposentadoria e temos que ir para rua gritar fora Temer", pontou a manifestante. Durante a caminhada, os participantes enfrentam chuva forte e se protegem ficando sob os cartazes levados para mobilização. A autônoma Maria Lúcia Brasil, que mora em Salvador, também acredita que os direitos devem ser mantidos. "Já fui comerciante e sempre paguei a meus funcionários tudo que a lei mandava porque achava justo. Hoje, os empresários querem massacrar o trabalhador", afirmou.
Uma das possíveis mudanças discutidas por membros do Congresso no texto enviado pelo governo Temer é a redução da idade mínima proposta para a aposentadoria. O governo quer que homens e mulheres trabalhem até os 65 anos para receber o benefício.(Veja as propostas do governo Temer para a reforma da Previdência) No dia 22 de março, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto de lei que autoriza o trabalho terceirizado para qualquer tipo de atividade. O projeto seguirá agora para sanção presidencial. Enviada ao Congresso pelo governo Fernando Henrique Cardoso em 1998, a proposta já havia sido aprovada pela Câmara e, ao passar pelo Senado, sofreu alterações. De volta à Câmara, o texto aguardava desde 2002 pela análise final dos deputados.
Avenida ACM
Um grupo de pessoas fechou a Avenida ACM, sentido Avenida Paralela, em Salvador, no início da manhã desta sexta-feira. Segundo a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), o trânsito ficou parado no local. A manifestação começou por volta das 7h40 e terminou às 9h. O ato foi mobilizado por centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), contra reforma da previdência e o projeto da terceirização, propostas pelo governo do presidente Michel Temer. Conforme a Transalvador, os ônibus estão em filas pela faixa da direita, também na Avenida ACM. O G1 tentou falar com o Sindicato dos Rodoviários, mas não conseguiu contato. Por conta da manifestação, alguns motoristas chegam a voltar pela avenida, mesmo na contramão, a fim de escapar do bloqueio. Além do protesto na Avenida ACM, também está prevista manifestação organizada pela CUT a partir das 9h, com saída em passeata do Campo da Pólvora.
Reprodução: G1 Bahia