Em dia de votação da reforma da Previdência, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), decidiu ficar em Salvador. Na última segunda-feira (8), o deputado federal José Rocha (PL) disse que governadores se reuniriam (entre eles, o petista baiano), nesta quarta-feira (10), com os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcomlubre e Rodrigo Maia, ambos do DEM, respectivamente, para tratar da inclusão de estados e municípios no texto.
Rui, porém, vai ficar na capital baiana. Segundo a assessoria de comunicação, o governador vai passar o dia todo no gabinete. Nesta terça-feira (9), em entrevista à imprensa, o chefe do Palácio de Ondina fez duras críticas à reforma da Previdência. Disse que vai "sacrificar" apenas os pobres.
"Me parece muito estranho e ruim quando você está pedindo sacrifício de pessoas que têm 60 anos, ganham dois, três salários mínimo, [mas vai] isentar pessoas muito ricas de contribuir com a Previdência Social. Ou todos vão fazer sacrifício ou não pode, mais uma vez, só os pobres pagar a conta do déficit previdenciário. Em qualquer lugar do mundo, quem ganha mais, contribui mais. Aqui toda vez que tem que mudar a lei faz o inverso", declarou.
Rui Costa salientou que o atual texto não resolve o problema déficit da Previdência da Bahia, que está estimado em mais de R$ 4 bilhões. "O texto da forma que lá está, do ponto de vista das contas públicas, terá um impacto mínimo ou nulo. […] Eu não posso enganar o povo da Bahia. Não posso dizer que a reforma vai solucionar o déficit, porque não vai", disse, ao ressaltar que não se tratava de uma "posição ideológica".
O governador ainda respondeu ao deputado federal Arthur Maia (DEM), que afirmou que Rui colocava em risco as contas da Bahia ao não apoiar a reforma. "Os meus valores são os meus. E os dele são os dele. Cada um se guia pelos seus valores. Eu não troco a defesa do povo da Bahia por emenda de R$ 20, 30, 40 milhões de reais", declarou, ao se referir ao fato de o presidente Jair Bolsonaro (PSL) liberar emendas para deputados votarem a favor da proposta
Apesar de o governador criticar a matéria, os aliados de Rui Costa vão votar a favor do texto (veja aqui e aqui), após o próprio chefe do Palácio de Ondina pedir que os correligionários negociem a aprovação do texto tendo como contrapartida a liberação de recursos para o estado.
Bahia Noticias // AO