Bahia

Dia do Folclore: entenda influência da data em Salvador e impacto da tecnologia na comemoração

Data é comemorada nesta terça-feira (22)

Vagner Souza/Salvador FM
Vagner Souza/Salvador FM

Saci Pererê, Caipora, Boi Bumbá…essas são algumas das figuras que instantaneamente invadem as mentes quando se fala sobre o Folclore Brasileiro. A data é celebrada nesta terça-feira (22) e, em Salvador, a influência vem do litoral do país, como explica o historiador Rafael Dantas em entrevista ao Portal Salvador FM.

“As apresentações folclóricas aqui na Bahia e em Salvador, especificamente, assim como no recôncavo, acabam bebendo daquilo que a gente vê, principalmente, no litoral do Brasil. Ou seja, são expressões, costumes, tradições, que estão muito inseridas nos valores históricos, socioculturais e geográficos também. Ou seja, bebem de costumes dos rios, dos mares, de atividades ligadas aos mares, aos rios, às florestas, às matas, histórias ou narrativas ligadas a personagens que eram da época que existia escravidão, personagens e histórias que tocam no sobrenatural. Esses costumes foram ou trazidos ou sincretizados ou hibridizados do contexto brasileiro na época da Colônia e do Império”, explicou Dantas.

Até o início dos anos 2000, as festividades voltadas ao Folclore costumavam ser mais sentidas na sociedade, através de atividades realizadas em diversos pontos da cidade, e inclusive nas escolas. De acordo com o especialista, a cultura tem enfraquecido, devido ao avanço da tecnologia.

“Quando éramos mais jovens era muito mais vivo. Hoje, o grande obstáculo de tudo isso são as competições com as redes sociais, com aquilo de tamanha variedade que a gente encontra em nossa sociedade. Essas mudanças acontecem ao longo do tempo, ou seja, toda festividade, toda tradição, acaba passando por alterações ao longo do tempo, e o nosso momento de hoje é caracterizado por uma liquidez nas relações, uma descartabilidade tão grande, representa sim também uma ameaça às tradições populares ou como elas vão sobreviver ao longo do tempo”, destacou.

Apesar de ter sido escanteado, Rafael reforça a importância de manter a cultura sempre viva. “Ajuda a entender e a traduzir uma série de lendas, costumes e expressões culturais do povo brasileiro, de influência tanto indígena como africana, também como de outras culturas, universo luso aqui no Brasil. É importante valorizar a cultura e costumes populares e isso, evidentemente, ajuda a entender um pouco da identidade do povo brasileiro”, finalizou.