O ex-candidato a prefeito de Salvador e radialista Mário Kertész (PMDB-BA) é suspeito de ter recebido o montante de R$ 1,75 milhão via caixa 2 da Odebrecht. O valor seria usado tanto para a "pré-campanha" quanto para a efetiva campanha à prefeitura, no ano de 2012.
A denúncia foi feita em delação do ex-executivo da companhia na Bahia, André Vital, e encaminhada em petição do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para a Seção Judicial do Estado da Bahia, por falta de foro privilegiado.
Procurado pelo G1, Mário afirmou que “não cometeu nenhum ilícito e vai se pronunciar quando tiver informações sobre os autos do processo”. “Só ouço falar, mas tenho certeza que não cometi nenhum ilícito”, afirmou.
André Vital diz ter sido procurado pelo filho de Mário, Francisco Kertész, no escritório da empresa em Salvador, que pediu R$ 900 mil de apoio financeiro para a pré-campanha do pai. O delator afirma que entregou pessoalmente os R$ 900 mil, divididos em três parcelas, via caixa 2, em espécime ao filho do ex-candidato.
André relata ainda que, quando a candidatura de Mário foi firmada, Francisco voltou a procurá-lo e pediu R$ 1,1 milhão para a campanha do pai. “R$ 250 mil foi pago através de bônus eleitorais e R$850 mil via caixa dois”, contou o delator, em depoimento.
Em resposta, Mário disse ao G1 que o filho, Francisco Kértez, "não tem nada a ver com essa história".
Mário Kertész foi candidato a prefeito em 2012 e não foi eleito. Ele já foi prefeito biônico – cargos biônicos são aqueles determinados pelas autoridades de Brasília na época do Regime Militar, sem eleição – de Salvador entre os anos de 1979 e 1981. Em 1985, foi eleito para o mesmo cargo.
Reprodução/G1