Visando aproximar a comunidade do bairro de Pau da Lima dos serviços essenciais básicos, saúde, segurança e educação, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA realizou nesta segunda-feira, 22, no centro espírita Mansão do Caminho, uma audiência pública para ouvir as principais demandas da comunidade.
Como ocorre em grande parte dos bairros periféricos, os serviços essenciais básicos não são oferecidos a contento da população. Dificuldade de acesso à saúde e escolas com ausência de professores são apenas algumas das queixas. A exploração sexual de jovens e crianças da comunidade também foi apontada como uma das situações que incomodam os moradores do bairro.
Para o representante da comunidade, Elismar Roque, "a questão da educação jurídica trazida pela defensora Bianca é uma demanda muito grande aqui na comunidade e muito importante, para que a gente saiba a quem demandar, o que demandar e como demandar".
A defensora pública Bianca Ribeiro Sampaio considerou que a principal medida a ser feita "é uma rede integrada entre as instituições, principalmente entre a secretaria de educação e saúde, para que com este grupo de trabalho possamos trazer melhorarias para os problemas aqui identificados".
Com relação à qualidade do ensino no bairro, Elismar disse ainda que a percentagem do número de estudantes aprovados no ENEM na comunidade é lastimável. "No momento do processo vestibular, vai estar lá o menino do Anchieta, Antônio Vieira, Sartre COC, disputando a vaga com os alunos daqui que não têm professores, não tem estrutura, não tem conforto, não tem nada. E nós queremos uma educação de qualidade", explicou Elismar.
Já a ouvidora geral da Defensoria Pública, Vilma Reis, acredita que o mais importante da audiência pública é "a possibilidade de reunir a comunidade para ser ouvida, porque a gente vê aqui, vários serviços que existe na comunidade, mas que às vezes é difícil dialogar, de uma secretaria para outra, de uma instância estadual para uma municipal. Acho que este papel que a Defensoria assumiu é fundamental".
A moradora do bairro, Adelaide Nascimento, demonstrou estar satisfeita com a iniciativa da Defensoria. "Muito bom estar aqui neste momento, quando a Defensoria, hoje, pode estar junto de nós. Quando antes era uma barreira que nos afastava deles, hoje nós podemos dizer que estamos juntos", afirmou Adelaide Nascimento.
Com a audiência pública os seguintes pontos foram destacados pela defensora Bianca Sampaio, que fará os encaminhamentos necessários: acompanhar a situação dos terceirizados das escolas estaduais; a questão do lixo próximo às escolas de Pau da Lima e a necessidade de psicopedagogos nas escolas para acompanharem os alunos que tenham alguma deficiência.
Estiveram presentes ao evento a subcoordenadora da Especializada de Direitos Humanos, Eva Rodrigues; a conselheira tutelar de Castelo Branco, Regina Santos; o Major PM Mesquita; a coordenadora executiva da ouvidoria geral do Estado, Juçara Reis, entre outros representantes de instituições públicas.
Fonte: Assessoria de Comunicação – DPE/BA