A Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA) pediu ao Tribunal de Justiça a transferência imediata de cem presos que estão no complexo policial de Barreiras, oeste da Bahia, para a casa de detenção provisória da cidade. O pedido foi feito depois de uma tentativa de homicídio de dois presos no sábado (26).
Em menos de um mês, duas mortes já foram registradas no local. No dia 20 de novembro, os presos deixaram um bilhete escrito em sangue para juízes após um ser decapitado. O mesmo recado foi deixado no dia 30 de outubro, após outro detento ser esfaqueado até a morte.
O complexo, que tem capacidade para 28 presos, tinha quase 100 presos. Dez deles foram transferidos na terça-feira (29), cinco para Salvador e cinco para Serrinha. Os internos transferidos foram os que cometeram os crimes e eram líderes das cadeias. O complexo policial de Barreiras tem duas celas e um "cadeião", área onde cabem mais presos do que em uma cela normal. Segundo a Polícia Civil, as condições precárias geram revolta nos presos e limitam o trabalho da polícia.
Enquanto as carceragens do complexo estão acima da lotação, a penitenciária da cidade está pronta há mais de um ano e não tem previsão de quando será inaugurada. A capacidade do local é para 533 presos, mas apenas vigias estão no local, por falta de gestão.
A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) disse que será feita outra licitação para a gestão do centro, porque nas outras que ocorreram, as empresas apresentaram valores acima do estabelecido no edital.
O coordenador da 11ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), Rivaldo Luz, disse que ainda não comenta o pedido da Defensoria.
Apreensão
Celulares, carregadores e facas foram encontradas pela Polícia Civil de Barreiras após uma revista no complexo policial do município, na segunda-feira (28).
Ainda de acordo com a polícia, revistas nas celas acontecem periodicamente no complexo de Barreiras.
Os equipamentos encontrados serão investigados e destruídos pela polícia.
Reprodução/G1