O corpo de uma terceira criança foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros no Rio Paraguaçu, no fim da manhã deste sábado (4). Mais cedo, os Bombeiros já tinha localizado dois corpos – o de uma criança e de um adolescente. A suspeita é de que todos os corpos resgatados sejam das vítimas de um naufrágio em Cabeceiras do Paraguaçu, na última quinta-feira (2).
Até o momento, nenhuma das vítimas foi identificada. No momento do acidente, seis pessoas estavam a bordo de um barco. Apenas uma pessoa foi resgatada com vida até agora – o pescador Paulo Roberto, que é avô de três das crianças que estavam na embarcação e pai da quarta.
As crianças desaparecidas têm idade de 3 a 11 anos. A sexta pessoa que estava no barco é um adulto, um amigo da família. Ele teria cerca de 50 anos, segundo relatos de familiares.
Em nota, a Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) informou que os dois primeiros corpos foram encontrados boiando às margens do rio, nas proximidades da Fazenda Haras do Belo Vale. As buscas continuam e estão sendo realizadas pelas equipes da Marinha do Brasil, das equipes do 13º Grupamento Marítimo de Bombeiros Militar (GMAR) e de familiares e pescadores locais voluntários.
Segundo a Marinha, um inquérito será instaurado para investigar as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo nuafrágio.
'Castigo grande'
A matriarca passou a noite em claro. Na quinta-feira (2), uma canoa virou e parte de sua família – uma neta e três bisnetos –, e um pescador desapareceram nas águas do Rio Paraguaçu, na altura de Cabaceiras do Paraguaçu, cidade do recôncavo da Bahia.
Crianças desaparecidas após naufrágio (Foto: Reprodução)
Anatália Mota Santos, 71 anos, ficou a madrugada desta sexta-feira (3) inteira de joelhos dobrados, em oração, pedindo o fim da angústia. Apesar de tanta experiência e fé, ela já não tem mais esperança de encontrar alguém vivo. “Foi um castigo grande morrerem quatro crianças de uma vez”, desabafou a idosa.
Buscas
As buscas foram iniciadas no mesmo dia do acidente e alguns pertences das crianças foram encontrados na água, como sapatos e um boné. A procura pelos desaparecidos foi retomada por volta das 7h30 desta sexta-feira. As famílias dos desaparecidos se misturaram aos pescadores para auxiliar os bombeiros. A procura por sobreviventes é realizada com barcos, motos aquáticas, canoas e lanchas. "Vamos continuar até encontrarmos eles. Foi solicitado um reforço com Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer)", declarou o tenente do CB Eli Antônio Lima.
Segundo moradores da região, em alguns pontos do rio a profundidade chegam a 150 metros. “No local onde ocorreu o acidente, antes era um vilarejo que foi encoberto para a instalação de uma barragem”, contou Aloisio de Jesus, amigo da família.
Ele contou que é comum o registro de acidentes no rio e que dificilmente há sobreviventes. “Normalmente os corpos são encontrados em locais diante do ponto do naufrágio ou ficam presos embaixo das baronesas”, relatou.
Reprodução: Correio 24 horas
Redação do LD