Aproximadamente 250 baleiros que atuam dentro dos ônibus coletivos de Salvador fizeram um protesto no final da manhã desta quarta-feira, 21, em frente ao Shopping da Bahia.
De colete verde e com cartazes, eles pediam a regularização da função. Até o momento, não há lei que proíba e nem que regule a atividade dos baleiros na capital baiana.
Segundo Gilson Rodrigues, presidente da União dos Baleiros de Salvador (Unibal), a manifestação foi por conta da nota que a Integra colocou nas redes sociais informando a proibição de acesso dos baleiros nos transportes coletivos.
De acordo com o presidente, o propósito da Unibal é "a regularização da função e a impossibilidade desse bloqueio que a empresa está efetuando. Eles estão tomando como base os vendedores que entram nos coletivos desuniformizados e sem pagar passagem. Mas, para os baleiros cadastrados, essa generalização prejudica bastante o funcionamento desse trabalho exercido há mais de 30 anos".
O presidente da Unibal completou. "A nossa principal dificuldade é o impedimento do trabalho legal dos baleiros por parte da Integra. O consórcio está enxergando apenas o lado dele e não o da associação e da sociedade.
Já comprovamos com dados reais, a partir de uma pesquisa feita com a população, que os passageiros se sentem mais seguros quando há baleiros credenciados. Não há porque acontecer essa proibição, até porque assim como a população, muitos motoristas se colocaram do nosso lado. Estão nos dando apoio e disseram que vão continuar liberando a entrada no coletivo".
A Integra por meio de sua assessoria se pronunciou sobre o caso e comentou que "o espaço interno do ônibus não é local para comércio. Da mesma forma que o metrô, as concessionárias não vão permitir a comercialização de quaisquer produtos no interior dos seus veículos", disse por meio de nota.
Já o Sindicato dos Rodoviários não se posicionou favorável a nenhum dos lados e afirmou que é necessário que haja um entendimento entre as partes. "O trabalho dos rodoviários é feito de modo a cumprir as ordens do consórcio.
É necessário que haja esse entendimento. O motorista, dentro do coletivo, está ali para dirigir os veículos, assim como o cobrador está ali para fazer a cobrança da tarifa. Reconhecemos que teve casos recentes de coação aos passageiros e motoristas e cobradores. Queremos apenas segurança dentro dos ônibus.
A Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), também comentou o caso por meio de nota oficial.
"A Semob informa que o controle de acesso aos ônibus do município de Salvador é realizado através das concessionárias, por meio de seus operadores (motoristas e cobradores).
Conforme o Decreto 25.966, Artigo 25 diz que será recusada a utilização do STCO a quem possa causar perigo, perturbação da ordem pública ou prejuízo à continuidade do serviço.
A Prefeitura tem mediado por meio de reuniões com a Integra e os Baleiros, no intuito que os 228 baleiros cadastrados tenham acesso aos ônibus do sistema"
A Tarde //// Fi gueiredo