Bahia

Conheça a história da celebração do Senhor do Bonfim

Embora não tenha a tradicional Lavagem do Bonfim pelo segundo ano consecutivo, por causa da pandemia de Covid-19, fieis não deixaram de fazer os seus agradecimentos e devoções nas tradicionais Igrejas em Salvador

João Santos / Portal Salvador FM
João Santos / Portal Salvador FM

A segunda quinta-feira do mês de janeiro já é conhecida por todos os soteropolitanos e baianos como o dia oficial da celebração ao senhor do Bonfim, realizada sob a imagem de Jesus Cristo crucificado. Embora não tenha a tradicional Lavagem do Bonfim pelo segundo ano consecutivo, por causa da pandemia de Covid-19, fieis não deixaram de fazer os seus agradecimentos e devoções nas tradicionais Igrejas em Salvador. 

Mas, você conhece a tradição mesmo? Sabe o que cada elemento e imagem significa? O Portal Salvador FM fez um breve resumo da história. Conheça abaixo.

O culto ao Senhor do Bonfim foi trazido para o Brasil no século XVIII. Essa devoção foi introduzida no país por Theodósio Rodrigues de Faria, capitão de mar e guerra da Marinha portuguesa que chegou a ocupar cargos na administração colonial. Theodósio era dono de três navios negreiros, que traziam escravos da África Ocidental para o Brasil.

Durante uma tempestade marítima, Theodósio prometeu que, caso sobrevivesse, faria um esforço e traria, pessoalmente, uma imagem do Senhor do Bonfim e da Nossa Senhora da Guia para o Brasil.

Depois que o Senhor do Bonfim foi introduzido no Brasil, sua devoção tornou-se bastante popular em Salvador. Após um tempo, o culto foi incrementado por novas tradições, como a prática da lavagem da escadaria e o uso das fitas como amuletos. O padroeiro oficial de Salvador é São Francisco Xavier, logo, Senhor do Bonfim é considerado o padroeiro não oficial da cidade.

Já a construção da Igreja do Bonfim iniciou-se logo depois que Theodósio trouxe as imagens do Senhor do Bonfim e da Nossa Senhora da Guia para o Brasil, em 18 de abril de 1745.

Enquanto o templo estava em construção, as imagens foram depositadas na Capela da Penha. Como local para a construção da igreja foi escolhida uma colina que ficava em uma propriedade chamada Alto do Mont Serrat. Com o tempo, essa colina passou a ser conhecida como Colina do Bonfim.

Uma das tradições mais conhecidas da Festa do Bonfim é o ato de presentear uma pessoa com uma fita do Senhor do Bonfim. A fita é um amuleto muito conhecido dessa devoção e, de acordo com a tradição, deve ser colocada no pulso de uma pessoa. Cada fita deve conter nós, que simbolizam um pedido feito silenciosamente ao Senhor. Em geral, cada fita amarrada no pulso contém três nós. Acredita-se que os pedidos serão atendidos quando a fita se romper.

A Festa do Bonfim tem como ponto de partida uma procissão seguida pela lavagem da escadaria da Igreja do Bonfim. A festa inicia-se na quinta-feira que antecede o segundo domingo posterior ao Dia de Reis (6 de janeiro). As festividades relacionadas ao Senhor do Bonfim prosseguem nos dias seguintes e encerram-se no domingo.

É uma festa tão tradicional que, em 2013, foi tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio imaterial do Brasil. A Igreja do Bonfim, por sua vez, é tombada desde 1938.

Com informações do UOL.