A cobrança de estacionamento feita pelos shoppings de Salvador foi tema de uma audiência pública realizada pela Comissão de Defesa dos Direitos do Cidadão, na tarde desta quinta-feira (9), no auditório do Edifício Bahia Center, prédio anexo da Câmara Municipal. O vereador Everaldo Augusto (PCdoB), presidente da comissão, disse que está convencido que “a cobrança é um crime contra a economia popular”. O vereador Eliel Souza (PV) também participou do debate.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, os shoppings são espaços que a população busca para ter serviços públicos, lazer e fazer compras, sendo importantes para o desenvolvimento da cidade. “Se aceitarmos a cobrança, estaremos abrindo precedente para que outros estabelecimentos também passem a cobrar pelo espaço”, afirmou. Segundo Augusto, é notório que o valor dos estacionamentos já é agregado nos produtos e serviços adquiridos pelos consumidores. “Sob nenhum aspecto é válida essa cobrança. É absurda para toda a sociedade”, declarou.
De acordo com o coordenador do Procon-BA, Iratan Vilas Boas, a cobrança é abusiva. “O estacionamento é um investimento que atrai pessoas para o estabelecimento. O valor não pode ser transferido para o consumidor”. Quem se sentir prejudicado poderá recorrer à ajuda do órgão.
O ex-vereador e advogado Valdenor Cardoso considera que esse é um dos assuntos mais importantes para a cidade neste momento e questionou quem autorizou a cobrança. “Os prefeitos anteriores não tiveram coragem de cobrar. Por que agora?”. Ele também incentivou a mobilização popular e o uso da justiça para uma possível vitória sobre a causa.
“Somos a favor da isenção da taxa de estacionamento para os comerciários, isso é um crime”, defendeu o presidente do Sindicato dos Comerciários, Jaelson Dourado, seguido pelo apelo da categoria que repetia “Nós não vamos pagar nada!”.
Desde 22 de junho, a maioria dos shoppings de Salvador começou a cobrar tarifas de estacionamento para seus consumidores e funcionários. A Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-BA) já aponta uma redução de pelo menos 15% nas vendas nos centros de compras.
Fonte: Site da Câmara Municipal de Salvador