Quem passa pelo antigo mercado do Ogunjá, administrado pela Empresa Baiana de Alimentos (Ebal), percebe que a multidão de clientes antes vistos diariamente, deu lugar para cães de rua que perambulam pelos corredores e boxes vazios, além de fiações expostas, estruturas danificadas, lixo pelos cantos e mesas vazias.
Na verdade, o antigo mercado mais parece um esqueleto urbano abandonado em algum canto entre os bairros de Brotas e Engenho Velho, onde até mesmo o acesso pela avenida vale do Ogunjá é difícil, por causa dos buracos, lixo e esgoto a céu aberto em uma de suas entradas.
E o exemplo começa logo ali ao ao lado. O mato toma conta da fachada principal da sede da Ebal e lavadores de carros ocupam toda a área do estacionamento entre o fundo do mercado e a sede da empresa.
Em situação de liquidação, preste a concluir um processo que pode resultar na sua extinção, a Ebal diz que somente a partir do primeiro semestre de 2016 deverá haver uma definição sobre o que fazer com o Mercado do Ogunjá, onde além dos123 boxes e 16 pequenos restaurantes, funciona uma loja da cesta do povo.
Numa área de 9.120 metros quadrados, das quais 6.114 são de área construída, a maioria dos 123 boxes e 16 restaurantes está fechado. A área onde ficam os hortifrutigranjeiros só funciona pela metade, por falta de comerciantes e clientes. E quem se aventura pelos corredores, corre o risco de ser assaltado por falta de segurança.
Em entrevista a um jornal local, o presidente da Ebal, Eduardo Sampaio, disse que tanto os mercados do Ogunjá como os da Sete portas e Paripe são deficitários para a empresa e por isso mesmo deverão passar para a administração da Sudic -Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial, já a partir do próximo ano. Segundo ele, apenas o Mercado do Rio Vermelho, reinaugurado no ano passado, e a Ceasa do CIA, conseguem algum tipo de equilíbrio fiscal.
Ainda segundo Sampaio, enquanto o processo de transferência dos mercados para a administração da Sudic não é concretizado, serão realizadas obras emergenciais na estrutura do Mercado do Ogunjá, ainda este ano.
Por fim Eduardo Sampaio explicou que à Ebal caberá, a partir do próximo ano, unicamente a administração das lojas da Cesta do Povo. Tanto os mercados – Sete Portas, Ogunjá e Paripe – como as centrais de abastecimento (Ceasa) passarão a serem administradas pela Sudic.e só então é que se fará a tentativa de privatizá-las, mediante a adoção do sistema PPP – Participação Público Privada.
(Foto: Romildo de Jesus)