Bahia

Com greve de motoristas, aluna anda 14 km para ir à escola na BA: 'horrível'

Situação acontece na cidade de Alagoinhas, a 110 quilômetros de Salvador.

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 src=Uma estudante Lara Cristine Gomes, do município de Alagoinhas, a  cerca de 110 quilômetros de Salvador, tem que andar cerca de 14 quilômetros para ir à escola por causa da greve dos motoristas do transporte escolar da cidade, iniciada no dia 8 de dezembro.

Cerca de 3 mil estudantes da rede municipal de ensino da região enfrentam dificuldades para frequentar as aulas por causa da paralisação. Os condutores reclamam que estão com salários atrasados porque a empresa em que trabalham, proprietária dos veículos que transportam os alunos, está sem receber da prefeitura o pagamento dos meses de outubro e novembro.

"Eu chego muito cansada, suada e suja. Fico sem raciocínio para estudar. É horrível", afirma  a estudante Lara. A mãe dela, a dona de casa Lorena Gomes, diz que não tem dinheiro para pagar o ônibus para a filha, que precisa ir à pé para estudar.  "Não tenho renda. A minha renda é básica", afirmou.

Os ônibus e sa vans que transportam os alunos estão parados em frente a sede da Secretaria Municipal de Educação. Os motoristas são funcionários da empresa WS Transportes, contratada pela prefeitura. A empresa informou que o atraso dos salários é por falta de pagamento da prefeitura dos últimos dois meses. "A secretária informou que iria fazer o pagamento de outubro na segunda-feira, ontem, mas não ocorreu", disse o motorista Sidney de Santana.

"Em reunião com a categoria, a secretária informou que não sabe nem se vai pagar novembro e nem quando vai pagar. Foi essa a resposta que ela nos deu", destacou Ivonildo Almeida, gerente da empresa WS Transportes.

A secretária de Educação de Alagoinhas, Lúcia Maria Almeida, disse o salário de outubro já foi quitado, mas que não há previsão de quando o pagamento de novembro será realizado.

"Hoje, estamos fazendo o pagamento do mês de outubro. Negociar o mês de novembro é uma questão que eu não vou chegar aqui e dar a minha palavra que eu vou pagar amanhã ou que vou pagar depois. Eu não posso fazer isso. Seria uma grande irresponsabilidde da minha parte levar uma notícia dizendo que estarei pagando o mês de novembro até o final da semana se eu sei que não tenho esse recurso", destacou.

O gerente da WS Transportes, Ivonildo Almeida, confirmou que o pagamento referente a outubro foi realizado na tarde desta terça-feira, mas diz que os motoristas vão se reunir nesta quarta-feira (14) para discutir se voltam ao trabalho sem receber o pagamento de novembro.

A secretária de educação do município explicou que o atraso foi devido à redução dos recursos repassados esse ano pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), pelo fato de ter havido uma dimiunuição no número de estudantes da rede municipal matriculados no ano passado. Ela disse, ainda, que a prefeitura colocou 15 ônibus da frota municipal para atender aos alunos durante a paralisação dos motoristas.

Reprodução: G1